quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Que tipo de Judas você pretende ser?

Você certamente já ouviu falar de Judas Iscariotes, aquele que traiu Jesus, mas hoje quero falar de outros Judas.
Primeiro quero falar sobre o apóstolo Judas, o Tadeu, irmão de Tiago. Ele nos fala de um assunto muito importante em sua carta, aquela de uma página que fica antes do livro de Apocalipse que pouca gente já leu, mesmo sendo uma das menores da bíblia. Enfim, o assunto abordado nessa carta é tão importante que no versículo 3 ele diz que escreveria sobre a salvação, mas existia algo mais urgente para ser tratado. Que coisa urgente era essa? Veja o que ele fala a respeito:
“Pois certos homens, cuja condenação já estava sentenciada há muito tempo, infiltraram-se dissimuladamente no meio de vocês. Estes são ímpios, e transformam a graça do nosso Deus em libertinagem e negam Jesus Cristo, nosso único Soberano e Senhor”. Judas 4
         O que o apóstolo Judas está dizendo é que existiam pessoas que estavam se fingindo de cristãos para pregar a libertinagem, ou seja, uma liberdade exagerada, uma liberdade que na verdade só pode ser resumida com uma palavra, pecado. Não estou querendo ser extremista ou algo do tipo, por isso entendam que a liberdade exagerada que digo trata-se da liberdade que ultrapassa os limites estabelecidos na bíblia.
         Falando um pouco mais sobre os fingidos que pregavam a libertinagem, afirmo que, com certeza, esse tipo de pessoa não existiu apenas na época em que a carta de Judas foi escrita, talvez hoje o cenário esteja ainda pior. Chamo essas pessoas mal intencionadas de bode Judas, já ouviu falar? O bode Judas trata-se de um bode mesmo, agora falo do animal, que era utilizado como arma no matadouro de ovelhas. Ele tinha aparência de ovelha, cheiro de ovelha, mas era bode. A sua estratégia era se infiltrar entre as ovelhas, conquistar a liderança delas, e então leva-las até o matadouro.
         Certamente havia uma recompensa para o bode Judas nos matadouros, como houve uma recompensa para Judas Iscariotes. Assim como Judas Iscariotes, muitos são iludidos com essa recompensa que é dada aqui na terra por esses atos de traição ou de oposição à Deus, assim como os bodes Judas dos dias atuais. Riquezas aqui na terra podem trazer prazeres, mas todos temporários, porém, esses homens, conforme o versículo acima já têm a ‘condenação sentenciada há muito tempo’, ou seja, eles podem até viver bem aqui na terra, mas a eternidade não será nada prazerosa.
         Entendendo como eles agem e qual será o futuro desses, pergunto: E nós? Que atitudes devemos tomar diante dos tais bodes Judas próximos a nós? No versículo 9 da epístola que estamos tratando temos a resposta:
“Contudo, nem mesmo o arcanjo Miguel, quando estava disputando com o diabo acerca do corpo de Moisés, ousou fazer acusação injuriosa contra ele, mas disse: ‘O Senhor o repreenda!’”
         Miguel estava numa disputa com o próprio diabo, mas não o repreendeu, porém, deixou para que o Senhor o fizesse isso. E Ele realmente faz, como destruiu os hebreus resgatados do Egito que não creram (Jd 5), como prendeu os anjos que o abandonaram (Jd 6), como também destruiu Sodoma e Gomorra livrando os fiéis.
         Sabemos que os bodes Judas tem como objetivo causar divisões entre os cristãos (Jd 19), portanto precisamos conhecer a verdade pra discernir também o que é mentira, o que é oposição à Deus, o que é negar Jesus. Tendo posse dessa verdade, sigamos os mandamentos finais de Judas Tadeu: nos manter no amor de Deus (Jd 21), ter compaixão dos que duvidam (Jd 22), além de apresentar a verdade àqueles que desconhecem (Jd 23) para que também fujam dos bodes Judas que nos cercam.

Que sejamos não como o Judas Iscariotes ou como o bode Judas,  não mesmo né? Mas que sejamos como o Judas Tadeu, que, não só entendeu e viveu a verdade, mas também procurou compartilha-la, afim de que outros também pudessem conhecer e viver essa verdade.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Eu tenho um sonho

Hoje é dia da consciência negra. Isso me faz lembrar de um pastor que fez a diferença enquanto viveu, alguém imperfeito, como eu e você, mas que resolveu viver para cumprir o propósito que Deus colocou em seu coração, seu nome é Martin Luther King. Li parte de sua história no livro "Alma Sobrevivente" de Philip Yancey e digo que é impossível não se comover. Da mesma forma me emocionei quando vi os filmes “Duelo de Titãs” e “O mordomo da casa branca” que abordam essa era lamentável.
Nos dias de hoje é até difícil acreditar, mas por causa da cor da pele, as pessoas não poderiam frequentar restaurantes, escolas, e até igrejas. Por causa da cor da pele, os negros tinham que se levantar no ônibus para os brancos sentarem. Por causa da cor da pele, nos lugares públicos havia um bebedouro para brancos e um bebedouro para os chamados de cor. Realmente isso deve gerar um grande descontentamento em nós. E por causa desse descontentamento alguém resolveu dedicar sua vida para mudar essa realidade.
Tiago fala um pouco sobre as diferenças, sobre o que não devemos fazer. Veja:
“Meus irmãos, como crentes em nosso glorioso Senhor Jesus Cristo, não façam diferença entre as pessoas, tratando-as com favoritismo. Suponham que na reunião de vocês entre um homem com anel de ouro e roupas finas, e também entre um homem pobre com roupas velhas e sujas. Se vocês derem atenção especial ao homem que está vestido com roupas finas e disserem: ‘Aqui está um lugar apropriado para o senhor’, mas disserem ao pobre: ‘Você, fique de pé ali’, ou: ‘Sente-se no chão, junto ao estrado onde ponho os meus pés’, não estarão fazendo discriminação, fazendo julgamentos com critérios errados?” Tiago 2.1-4
O que será que Jesus faria se estivesse aqui? Penso que Jesus estaria nos protestos liderando e/ou apoiando os movimentos em prol dos direitos iguais. Os evangelhos mostram, várias vezes, Jesus se relacionando com pessoas desprezadas pelos judeus, como cobradores de impostos, prostitutas, com nenhuma diferença. E  é essa atitude que ele espera de nós.
King sonhava com isso, com um mundo sem preconceito, e por causa disso, foi muito perseguido. Teve sua casa bombardeada, foi preso, torturado e até assassinado porque tinha um sonho. Veja trecho do seu discurso em Washington, em 1963 que ele fala de seu sonho:
“Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença – nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.
Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos descendentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.
Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.”
         Deus amou o mundo de tal maneira, e mundo envolve brancos, negros, pobres, ricos, brasileiros e pessoas de outros países, enfim, todos os diferentes são iguais pra Deus.

         Que o exemplo de Jesus e o sonho de Martin Luther King estejam vivos em nossas mentes e corações, externando para as nossas atitudes. Que não haja lugar para preconceito em nosso meio, mas que ao invés disso, nos esforcemos para viver em comunhão, afinal, somos todos filhos do mesmo Pai.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Tá devendo?

         Misericórdia! Geralmente dizemos isso quando algo grave acontece. Vemos um acidente, ficamos sabendo de alguém doente, enfim, é uma abreviação de “Deus tenha misericórdia”.
O nosso Deus é sim misericordioso, em Lamentações 3.22-23 está escrito que as misericórdias dEle são inesgotáveis, se renovam a cada manhã. Mas e nós? Somos? Se não somos, deveríamos ser. Veja o que o apóstolo Paulo diz aos colossenses:
“Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou”. Colossenses 3.13
         É sempre bom lembrar que o suportem ai não é no sentido de aturar, aguentar, mas no sentido de dar suporte, de ajudar o próximo, de suprir as necessidades do meu irmão.
         A dívida relacionada ao nosso tema é o pecado, portanto, vamos falar primeiro sobre o perdão, a misericórdia divina. Imagine que cada pecado custe um valor. Uma mentira custa dez reais, um homicídio custa dez mil, ver pornografia custa cinquenta, falar mal dos outros uns cem reais e assim com todos os nossos pecados. Dessa forma, acumularíamos rapidamente uma dívida de milhões, bilhões ou até trilhões. Deus perdoou essa dívida, e digo mais, Ele perdoou até os pecados que ainda vamos cometer. Em 1 João 1.9 só existe uma condição pra isso: “Se confessarmos os nossos pecados”, essa é a única condição que faz uma dívida pequena ou uma dívida milionária ser perdoada. Que maravilha!
Agora imagine que, um dia, seu irmão, pisa na bola com você. Ele mente pra você e então você diz: Cara, agora é o seguinte, enquanto você não me der os meus dez reais, estamos de relações cortadas. De acordo com Mateus 18, Deus te diria: “Servo mau, perdoei toda a sua dívida. Você não devia ter tido misericórdia do seu amigo?”
         Na oração mais conhecida pelos cristãos, a oração que Jesus ensinou em Mateus 6, dizemos: “Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores” (Mt 6.12). Sabendo dessa oração só podemos ter uma certeza, que só teremos os nossos milhões perdoados, o dia que perdoarmos a pequena dívida daqueles que nos devem.
         Em Efésios 4.3 somos orientados à nos “esforçar para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz”. Mas porque isso? Porque quando recebemos a graça de Deus, quando declaramos que Jesus é o nosso Salvador, passamos a ser filhos de Deus, e, o Pai quer que, assim como o Pai, o Filho e o Espírito são um, os filhos também seja um. E a misericórdia é um dos aspectos que contribui para essa unidade.

         Que possamos, a cada dia, perdoar as dívidas dos nossos irmãos, para que o nosso Pai possa continuar zerando a nossa dívida a cada manhã!

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Enxergando o sofrimento ao redor

         Como temos visto o sofrimento ao nosso redor? Como temos recebido as notícias de tragédias, doenças, epidemias, guerras, fome?
         Jesus em Mateus 24.12 dizia:
“Devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará”.
         Entendo esse esfriamento como um grande menosprezo de nossa parte. Estamos cada dia mais ‘vacinados’ diante das más notícias, desde que elas sejam longe de nós. Quando o jornal diz: “O vírus ebola já matou 100, 200, 300...” A reação é: “hummmm... que triste!” Mas algo até meio superficial. Então o jornal diz: “O vírus ebola chegou no Brasil!” A reação agora é: “Misericórdia Senhor! Socorre-nos!”
         A taxa de mortalidade no nosso país nos preocupa, mas só lutamos para reduzi-la ou para fazer justiça quando acontece algo próximo a nós. O câncer é uma doença terrível, mas só percebemos isso quando algum familiar fica doente. Eu poderia citar vários outros exemplos, mas vou parar por aqui, mas, antes, deixo a seguinte questão: O que será que Jesus diria sobre isso?
         Em Mateus 9 temos um episódio interessante, veja:
“Jesus ia passando por todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando as boas novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças. Ao ver as multidões, teve compaixão delas, porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor. Então disse aos seus discípulos: ‘A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Peçam, pois, ao Senhor da seara que envie trabalhadores para a sua seara’.” Mateus 9.35-38
         Jesus, apesar de saber, não fez questão de lembrar dos motivos ou culpados daquela situação, mas, se compadeceu daquelas pessoas. Provavelmente Ele também não tinha amigos ou parentes dentre aquelas pessoas, mas se compadeceu delas.
         Nesse texto, Jesus nos deixa pelo menos dois ensinamentos, o primeiro é que Ele estava fazendo a Sua parte: “ensinando nas sinagogas, pregando as boas novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças”.
         O segundo ensinamento é a intercessão: “peçam, pois, ao Senhor da seara que envie trabalhadores para a sua seara”.
         Temos também um outro episódio parecido no Antigo Testamento. O nosso personagem agora é Neemias, veja:
“Hanani, um dos meus irmãos, veio de Judá com alguns outros homens, e eu lhes perguntei acerca dos judeus que restaram, os sobreviventes do cativeiro, e também sobre Jerusalém. E eles me responderam: ‘Aqueles que sobreviveram ao cativeiro e estão lá na província, passam por grande sofrimento e humilhação. O muro de Jerusalém foi derrubado, e suas portas foram destruídas pelo fogo’. Quando ouvi essas coisas, sentei-me e chorei. Passei dias lamentando, jejuando e orando ao Deus dos céus.” Neemias 1.2-4
         No texto acima vemos Neemias se compadecer dos israelitas, após isso, ele toma a primeira atitude, interceder: “passei dias lamentando, jejuando e orando”.
Mais à frente, no capítulo 2, versículo 5, vemos ele se dispondo a fazer a sua parte:
“e respondi ao rei: ‘Se for do agrado do rei e se o seu servo puder contar com a benevolência do rei, que ele me deixe ir à cidade de Judá onde meus pais estão enterrados, para que eu possa reconstruí-la’.” Neemias 2.5
         Jesus e Neemias nos trazem o mesmo ensinamento, que devemos nos compadecer daqueles que sofrem ao nosso redor.

Que possamos, em primeiro lugar, orar, interceder pelos que sofrem, e, em segundo lugar, nos dispor para colaborar de alguma forma, pois o verdadeiro sentido do cristianismo é o amor, à Deus e ao próximo.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...