sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Faça um pedido!

Imagine que você tenha a oportunidade de ter um único pedido concedido. Qual seria? Olhando a violência em todo o mundo, poderíamos pensar em paz mundial. Porém, algumas doenças e vírus estão virando epidemia e matando muita gente também. A corrupção é outro problema preocupante. E o que dizer da perseguição e intolerância religiosa, racial, de gênero ou sabe se lá mais o que?
Se formos um pouco mais individualistas poderíamos pensar em sabedoria como fez Salomão (1 Rs 3.9). Talvez seu pedido seja dinheiro. Não resolve todos os problemas, mas já ajuda em alguns, não é mesmo? Ou talvez poder, imagine ter autonomia para mudar a política de uma nação ou do mundo? Por último, talvez você só queira resolver um problema atual, pode ser uma enfermidade sua ou de alguém querido ou um conflito familiar, profissional, acadêmico. Dando todos esses exemplos poderíamos concluir que um só pedido atendido não seria suficiente, pois os dias são difíceis.
Davi quando escreveu o Salmo 27 certamente passava por dias difíceis, habitando longe de casa, dos pais, sendo perseguido. Porém, há um pedido especial em sua oração:
“Uma coisa pedi ao Senhor, é o que procuro: que eu possa viver na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a bondade do Senhor e buscar sua orientação no seu templo”. Salmos 27.4
O salmista deixa claro que, diante da infinidade de problemas e dificuldades, ele só queria uma coisa, estar perto do Senhor.
         Da mesma forma, Moisés, antes de iniciar a peregrinação pelo deserto disse a Deus:
“Se não fores conosco não nos envies”. Êxodo 33.15
         O apóstolo Paulo também tinha um pedido especial, tirar de sua vida algo que ele chama de ‘espinho na carne’. Ele afirma que rogou três vezes a Deus para que tirasse o tal espinho, mas recebeu como resposta:
“Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. 2 Coríntios 12.9
A presença de Deus é o pedido ou presente mais valioso. Davi sabia disso, Moisés também e Paulo aprendeu isso com o tempo. De uma forma profunda e detalhista Davi afirma no Salmo 27 que estar perto de Deus nos garante a vitória diante de qualquer inimigo (v. 2), por isso não temos o que temer (v. 3), porque Ele nos protege na adversidade (v. 5) e nos acolhe mesmo que pai e mãe nos abandonem (v. 10). Por isso Davi não queria simplesmente estar perto de Deus, mas aprender o caminho proposto por Ele (v. 11) para nunca sair de perto.
         Ele tinha uma certeza:
“viverei até ver a bondade de Deus na terra”. Salmos 27.13b
         Se você quer também ter essa certeza, já sabe o que pedir. Apesar da convicção, o salmista sabia de que precisaria para seguir em frente e compartilha conosco alguns conselhos:
“Espere no Senhor. Seja forte! Coragem! Espere no Senhor”. Salmos 27.14

         Não precisamos de nenhum gênio da lâmpada para nos conceder pedidos, se temos a presença do Senhor em nossas vidas, a graça dEle nos basta!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Como você explica Deus?

         Há uma bela canção escrita por Clóvis Pinho e interpretada por ele e Gabriela Rocha no DVD Preto no Branco que diz que “ninguém explica Deus”. Explicar Deus numa abordagem geral com argumentos padrões e trazendo algum consenso é impossível, mas todos nós temos alguma opinião sobre Ele, seja com ou sem fé. Considerando esse argumento eu lhe questiono: Como você explica Deus? Quem é Deus para você?
Davi em seus Salmos explica Deus em sua ótica. Em várias circunstâncias ele ilustra o quanto Deus era importante para ele através de poesia embasada no que ele passava. Vejamos alguns exemplos a seguir!
Sabemos que Davi, antes de ser ungido rei, antes de derrotar Golias e muito antes de se assentar ao trono, se ocupava em pastorear ovelhas (1 Sm 16.12). Sabemos que ele era empenhado em sua função chegando ao ponto de enfrentar leão ou urso como o próprio relatou em 1 Sm 17.34-35. Tendo todo o conhecimento no cuidado que um pastor deveria ter com suas ovelhas e na dependência das ovelhas em relação ao pastor, ele escreve: “o Senhor é o meu pastor, nada me faltará [...]” (Sl 23.1).
Algum tempo depois, em 1 Samuel 22 vemos que Davi passou um tempo na caverna de Adulão, se escondendo de Saul. Vendo ele que a caverna era um local que lhe trazia segurança e descanso, escreveu: “O Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza [...]” (Sl 18.2).
Posteriormente, já em tempos de paz, no conforto do seu palácio, assentado em seu trono, lembrando-se das batalhas vencidas, Davi escreve: “Quem é esse Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos; ele é o Rei da Glória!” (Sl 24.10).
Vendo esses exemplos e muitos outros Salmos escritos pelo próprio Davi e por outros autores, te desafio a pensar, dizer ou escrever o seu salmo. Explique Deus à sua maneira, se declare a Ele! Consegue fazer isso? O apóstolo Paulo também nos incentiva nesse propósito, veja:
“Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor em vosso coração”. Efésios 5.19
O importante não é usar palavras difíceis, mas através da sua sinceridade e particularidade o nome do Senhor seja exaltado e glorificado. Caso se sinta à vontade, compartilhe conosco nos comentários ou por e-mail. Mas só faça isso depois de dizer ao destinatário o que está em seu coração e mente.
         Para não jogar a bola apenas para você, compartilho com vocês o meu salmo:
Meu Senhor e Pai!
Nos últimos meses tenho aprendido melhor o significado da palavra ‘pai’. Tenho em casa uma menininha bem esperta que depende de mim e da mamãe Sarah em tudo: comer, beber, tomar banho, andar. Da mesma forma, eu dependo totalmente de Ti Papai! O Senhor me alimenta, sacia minha sede, me limpa e me conduz. Como é bom estar em Teus braços!

         Que o Pastor, Refúgio, Fortaleza, Rei e Pai abençoe sua vida!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Churrasco, pescaria ou pamonhada

         Cresci em uma família na qual pamonhada é sinônimo de festa, mesmo considerando o trabalho de descascar, ‘catar’ e ralar o milho, além de temperar a massa e cozinhar a pamonha. Em muitas pamonhadas promovidas ainda tivemos o trabalho de plantar e colher, e ainda o ter que carregar os sacos com milhos em um percurso não tão curto e cheio de obstáculos. Mas sabe de uma coisa? É bem legal. O trabalho é compensado pelo produto final e principalmente pelo momento de comunhão. Tenho saudades do tempo em que essas reuniões eram mais frequentes.
Outra coisa muito comum entre família e amigos é a reunião para se fazer um churrasco. Às vezes comemorando alguma coisa, às vezes para descontrair, enfim, uma carne assada sempre cai bem, não é mesmo?
Existem ainda as pessoas mais animadas, não é o meu caso, que saem para pescar durante dias e para isso viajam por horas, muitas vezes em estradas em péssimas condições.
Talvez você esteja tentando saber onde quero chegar com esse assunto ou cardápio, então lá vai. O objetivo desse texto é falar sobre comunhão, união entre os irmãos. O Salmo 133 fala um pouco sobre a vontade de Deus para a Sua família. Vejamos:
“Como é bom e agradável quando os irmãos convivem em união!”. Salmos 133.1
O adjetivo ‘bom’ na Bíblia precisa ser observado com atenção. Quando a Bíblia fala que alguma coisa é boa não se trata de uma opinião mutável do homem, mas da opinião imutável de Deus, ou seja, se Aquele que sabe de tudo está dizendo que uma coisa é boa, não há mais discussão. E ele não diz que a união não é só boa, mas também agradável. Se não bastasse os adjetivos bom e agradável, Davi, o autor do Salmo, nos aproxima ainda mais da realidade, nos mostrando o nível de satisfação do Senhor através de ilustrações nos versículos seguintes:
“É como óleo precioso derramado sobre a cabeça, que desce pela barba, a barba de Arão, até a gola das suas vestes”. Salmos 133.2
O óleo precioso utilizado para ungir reis e sumo sacerdotes, como foi o caso de Arão, era um óleo que não poderia ser fabricado para uso pessoal e muito menos comercializá-lo, pois simbolizava a unção do Espírito Santo. Quando Deus ungiu Arão, Ele estava separando, consagrando Arão para um relacionamento mais profundo com Ele através do Espírito Santo. Portanto, Davi está dizendo que a união entre os irmãos, a comunhão é tão preciosa quanto à separação de alguém ao ministério.
“É como o orvalho do Hermom quando desce sobre os montes de Sião. Ali o Senhor concede a bênção da vida para sempre”. Salmos 133.3
Não sei se você sabe, mas o monte Hermom e os montes de Sião ficam nas extremidades norte e sul respectivamente. Como então o orvalho desce do Hermom sobre os montes de Sião? São 190 km de distância.
O que acontece é que o monte Hermom conhecido também como sagrado possui o cume sempre coberto de neve. No verão, que vai de Abril a Outubro, o vento norte sopra fazendo o orvalho descer o monte e formar um ribeirão chamado Banías, esse deságua no Rio Jordão e desce até os montes de Sião. Sabemos que a água é uma riqueza, pois abençoa vidas por onde passa, assim é o orvalho do Hermom. Da mesma forma a convivência em comunhão, união gera vida, cura, alimenta, sacia a nossa sede. A união entre os irmãos é uma grande riqueza direcionada por Deus.
Concluo reforçando que o Salmo 133 aborda que a comunhão, a união entre os irmãos é a vontade de Deus para nós, boa e agradável. Portanto, que hajam mais pamonhadas, churrascos e pescarias e menos refeições a sós, pois as reuniões entre os irmãos são uma forma de Deus se fazer presente em nossas vidas.
Que Deus lhe abençoe e que vivamos sempre em união! Afinal, podemos ser ou pensar de forma diferente, mas somos filhos do mesmo Pai.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...