quarta-feira, 19 de abril de 2017

Tudo pela audiência

       Os meios de comunicação atualmente são uma verdadeira loucura. É muita informação em muito pouco tempo. Por isso, estar bem informado não é uma tarefa fácil. Você se desliga por um ou dois dias e já não entende o trocadilho da conversa entre amigos, já não entende a #hashtag ou simplesmente porque está todo mundo tirando selfie do mesmo jeito.
     Apesar do avanço tecnológico que permite que a notícia chegue em tempo real, algumas coisas são lamentáveis. O fato da maioria dos noticiários manipularem e até omitirem informações visando o bem próprio gera desconfiança quanto à veracidade das informações. As meias verdades, as informações incompletas e as notícias compradas podem gerar uma indignação desnecessária, pois o inocente pode se tornar culpado ou vice-versa, o buraco pode ser mais em cima ou mais embaixo, o sofrimento pode ser maior ou menor, mas tudo isso não importa, o que importa é audiência, pensam. Um exemplo claro de manipulação são os noticiários políticos. Se você quiser ver ‘podres’ de um determinado partido político, é só escolher o noticiário que quer acompanhar, pois tem pelo menos um noticiário para cada ‘time’. Que triste cenário!
    Como nos comportar diante dessa grande nuvem de informação? Como ser informado e não influenciado diante de tanta manipulação? O apóstolo Paulo nos dá uma ideia em sua carta aos Tessaloniceneses:
“mas examinem tudo o que é dito. Guardem o que for bom”. 1 Ts 5.21
        Precisamos examinar bem o que estamos vendo ou ouvindo para não correr riscos de cairmos no engano e consequentemente em pecado. Para isso, precisamos saber selecionar o que é bom, o que é digno de atenção, curtida e compartilhamento. E é com esse objetivo, de nos ajudar a selecionar o que é bom é que o apóstolo Paulo nos apresenta um interessante e completo filtro em Filipenses 4.8:
“Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas”.
         Procure se informar através de pessoas e meios que pensem em fazer a diferença ao invés de obter audiência. Não estou aqui dizendo para que você fique procurando meios de comunicação religiosos ou alguma espécie de jornal gospel. O que quero dizer é que não podemos ser a audiência daqueles que lutam por ela, mas sim daqueles que, acima de tudo possuem compromisso com a verdade e por isso se esforçam.
       Jesus não veio ao mundo para ter audiência e sim para salvar os perdidos. Que acima de qualquer coisa, a nossa motivação esteja em seguir os seus passos, custe o que custar.

     Que Deus abençoe sua vida e tenha misericórdia de nós nos direcionando à verdade!

sexta-feira, 14 de abril de 2017

O maior dos presentes

Se o Natal é a data onde as pessoas gostam de trocar presentes, a Páscoa é a data em que lembramos do maior dos presentes que recebemos, a salvação.
Não me lembro de quem é essa afirmação, mas, fazendo referência ao texto de 1 Pedro 1.18-20, alguém disse que antes do “Haja Luz” houve o “Haja Cruz”. Vejamos o que diz o texto bíblico:
“Pois vocês sabem que não foi por meio das coisas perecíveis como prata ou ouro que vocês foram redimidos da sua maneira vazia de viver que lhes foi transmitida por seus antepassados, mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e sem defeito, conhecido antes da criação do mundo, revelado nestes últimos tempos em favor de vocês”.
        Talvez você não saiba, mas a comemoração da Páscoa se iniciou como celebração da libertação dos hebreus quando eram escravos no Egito (Ex 12 e 13). A libertação dos hebreus se deu após a décima e última praga quando morreram todos os filhos primogênitos das casas ondem não houvesse o sangue do cordeiro aspergido sobre a porta, ou seja, as casas dos egípcios.
      Não há dúvidas de que a experiência dos hebreus é uma tipologia bíblica, uma representação do que viria a acontecer quase 1500 anos depois, quando Jesus, o nosso Cordeiro Pascal (1 Co 5.7) seria sacrificado nos libertando da escravidão do pecado por meio do seu precioso sangue.
      É graças ao sacrifício de Jesus que recebemos a vida eterna. Ele nos redimiu, pagou a nossa dívida impagável, nos tirou da escravidão para nos fazer membros da família de Deus (Ef 2.19).
    O texto destacado acima nos traz um grande consolo e também uma grande responsabilidade. Deus nos amou antes da fundação do mundo já traçando o plano de redenção que envolveria o sacrifício do seu próprio Filho, porém, cabe a nós valorizar o presente que Ele nos deu, a vida. Valorizar a vida é dar sentido a ela. E qual é o sentido da vida? Muitos morrem tentando responder essa pergunta. O livro de Eclesiastes é um livro que traz uma reflexão sobre ela, e no último capítulo a conclusão do autor pode ser resumida em três frases imperativas:
Lembre-se do seu Criador! (Ec 12.1)
Tema a Deus! (Ec 12.13)
Guarde os seus mandamentos! (Ec 12.13)
         Lembre-se: Ele nos deu a vida, aqui na terra e principalmente a vida eterna! Se nos lembrarmos disso, lembraremos que somos amados, cuidados e aguardados para uma grande festa em família nos céus.  Temer a Deus e guardar os seus mandamentos é a consequência de se lembrar dele. Quando tomamos conhecimento do infinito amor que Ele tem a consequência é um profundo respeito e uma dedicação máxima à obediência, convictos de que essa é a maior forma de agradecê-lo pelo maravilhoso e incomparável presente que Ele nos deu, a vida.

Não só na Páscoa, mas todos os dias é dia de agradecer a Deus pela vida! Jesus entregou a dEle em troca da nossa! E no terceiro dia, Ele ressuscitou, por isso, não temos motivos para chorar, mas para celebrar a vida dEle e consequentemente a nossa.

terça-feira, 4 de abril de 2017

Cristão Raiz x Cristão Nutella

                 Nos últimos meses o meme que tomou conta das redes sociais está relacionado a comparação do “eu raiz” e do “eu nutella”. Se você não sabe do que estou falando, a comparação raiz e nutella visa mostrar a diferença de quem é autêntico e de quem que foi “nutelizado” e por isso se tornou uma versão mais fresca.
         Na Bíblia podemos encontrar também uma comparação parecida na parábola do semeador (Mt 13.1-23; Mc 4.1-20; Lc 8.1-15). Nessa parábola é contada a história de quatro tipos de sementes que caíram em quatro lugares distintos como podemos ver a seguir:
“Enquanto lançava a semente, parte dela caiu à beira do caminho, e as aves vieram e a comeram”. Mateus 1.4
“Parte dela caiu em terrena pedregoso, onde não havia muita terra; e logo brotou, porque a terra não era profunda. Mas quando saiu o sol, as plantas se queimaram e secaram, porque não tinham raiz”. Mateus 1.5-6
“Outra parte caiu entre espinhos, que cresceram e sufocaram as plantas”. Mateus 1.7
“Outra ainda caiu em boa terra, deu boa colheita, a cem, sessenta e trinta por um”. Mateus 1.8
         Jesus explica a parábola ao longo do capítulo dizendo que a primeira semente que caiu à beira do caminho, trata-se de quem ouve a mensagem do Reino e não a entende, a semente que caiu em terreno pedregoso são os cristãos frutos da empolgação, que ainda não tem raiz e que assim como aceitam rapidamente a mensagem, tendem a “morrer” também rapidamente, porque esses não têm raiz. A semente que caiu entre os espinhos são os que não conseguem focar no Evangelho, porque estão muito ocupados com as demais coisas. E a semente que caiu em boa terra são os que ofereceram um terreno fértil e profundo para que o Evangelho entrasse e fosse enraizado. Esses são os que terão frutos para colher e que desfrutarão do reino dos céus.
         Posso dizer que o cristão nutella pode ser comparado à segunda e terceira semente, já que a primeira nem chegou a se tornar algo. O cristão nutella ou é fruto de empolgação ou é alguém que trata o Evangelho como algo comum e não como algo a mais, indispensável. A atitude de alguém assim é de servir a Deus com interesses distorcidos e com data de validade.
         O cristão raiz é aquele que entende que estar em Cristo é viver uma vida de renúncia. É aquele que entende que o cristianismo consiste em dar frutos e que só conseguiremos isso quando o Evangelho estiver enraizado em nós.
         Não podemos viver um Evangelho nutelizado, mas um Evangelho genuíno, por isso precisamos de um conhecimento profundo da palavra de Deus.
         Será que temos feito do nosso coração e mente um terreno fértil para que o Evangelho se adentre e produza frutos? Que o semeador encontre em nós uma terra boa capaz de produzir o que só o Evangelho é capaz de produzir, vida eterna.
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