sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Motivações

Estudando um pouco sobre os heróis da fé, grandes homens que contribuíram para o cristianismo, me deparo com George Whitefield e me sinto extremamente admirado com seu currículo. O príncipe da pregação ao ar livre, como ficou conhecido, chegou a pregar para 100 mil pessoas, e olha que naquela época não havia, tv, facebook, whatsapp, outdoor, ou qualquer outro meio de divulgação. As pessoas se dirigiam a pé, ou a cavalo, às vezes andavam dezenas de quilômetros para vê-lo pregar. Na sua biografia diz ainda que durante 28 dias, ele pregou diariamente para cerca de 10 mil pessoas. Pregava em média de 10 sermões por semana e fez isso durante 34 anos. Calcula-se que em toda sua vida pregou cerca de 18 mil sermões. Ainda na reunião dos 100 mil, em Cambuslang, Escócia, 10 mil pessoas atenderam ao apelo para se entregarem ao Salvador.
         Mas o que mais me chama a atenção na vida de George Whitefield não são os números de sermões ou das multidões que ele pregou, mas a sua motivação e compromisso. Talvez você esteja curioso pra saber, onde enxerguei a motivação de George, então permita-me esclarecer. Alguém que atraiu tanta gente poderia muito bem se beneficiar da sua popularidade para viver bem, ter conforto, dinheiro, etc, mas não é isso que a história nos conta. Ele não abriu sua própria denominação, não que isso seja errado, também não fazia exigências pessoais para estar em algum lugar, mas tinha fome e sede de simplicidade e sinceridade divina conforme relata Orlando Boyer no livro Heróis da Fé.
         Outras atitudes que comprovam que George estava muito mais interessado em cumprir o seu chamado do que qualquer outra coisa são quando ele supera a rejeição, como as vezes que ele pregou no campo porque as igrejas não queriam recebe-lo, hotéis também se recusaram a recebe-lo como hóspede. Também quando ele supera a perseguição, pois, certa vez, foi ameaçado de prisão antes de pregar, mas pregou assim mesmo, e, várias vezes, foi apedrejado, uma vez até pensou que iria morrer como Estevão. O que dizer então das vezes que ele pregou enfermo? Alguém que passa por tudo isso, só continua no ministério, só continua produzindo, entendendo que a graça do Senhor nos basta conforme relatou Paulo em 1 Coríntios 12.
Outro fato interessante na vida de George, foi que ele não queria perder tempo com futilidades ou buscando glória para si, por isso, dividia o dia em três partes: 8 horas sozinho com Deus e os estudos, 8 horas para dormir e as refeições e 8 horas para o trabalho entre o povo. E é nessas horas que me pergunto: Será que tenho dedicado 8 horas da minha semana, ou quem sabe, do meu mês, pra Deus? A administração do nosso tempo reflete as nossas motivações, objetivos, logo, se procuramos passar o tempo com Deus, estamos motivados em tê-lo em nossos planos.
         Falando um pouco do hoje, infelizmente, nos dias atuais, muitas pessoas enxergam o ministério, a igreja, como uma forma de se dar bem, ganhar dinheiro, ficar famoso, etc. E por estarem com motivações erradas, acabam se perdendo e fazendo com que os outros se percam. Esses terão que prestar contas à Deus no julgamento final.
O apóstolo Paulo foi, sem dúvida alguma, quem mais pregou, que mais escreveu e que mais sofreu na igreja primitiva, mas, o que ele ganhou com isso? Que glória ele teve? No final de sua vida ele morou de aluguel (At 28.30), ou seja, dinheiro ele não ganhou, e a fama e a glória que ele procurou ter, foi apenas uma:
“Quanto a mim, que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo”. Gálatas 6.14
         A única glória de Paulo era na cruz de Cristo, pois foi nela que deixamos de ser condenados para se tornar herdeiros dos céus.
         Não cabe a mim ou a você julgar a motivação de pastores e líderes religiosos dos nossos dias, pois isso é algo muito pessoal, entre cada um e Deus, mas, cabe a nós, analisar a nossa motivação, não só em ter um ministério, mas em viver. Assim como os apóstolos, como Paulo, e também os grandes heróis da fé, como George Whitefield, que possamos viver não para nós mesmos, para Deus, pois Ele deve ser a nossa motivação!
“Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim”. Gálatas 2.20
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