Estudando
um pouco sobre os heróis da fé, grandes homens que contribuíram para o
cristianismo, me deparo com George Whitefield e me sinto extremamente admirado
com seu currículo. O príncipe da pregação ao ar livre, como ficou conhecido,
chegou a pregar para 100 mil pessoas, e olha que naquela época não havia, tv,
facebook, whatsapp, outdoor, ou qualquer outro meio de divulgação. As pessoas
se dirigiam a pé, ou a cavalo, às vezes andavam dezenas de quilômetros para
vê-lo pregar. Na sua biografia diz ainda que durante 28 dias, ele pregou
diariamente para cerca de 10 mil pessoas. Pregava em média de 10 sermões por
semana e fez isso durante 34 anos. Calcula-se que em toda sua vida pregou cerca
de 18 mil sermões. Ainda na reunião dos 100 mil, em Cambuslang, Escócia, 10
mil pessoas atenderam ao apelo para se entregarem ao Salvador.
Mas o que mais me chama a atenção na
vida de George Whitefield não são os números de sermões ou das multidões que
ele pregou, mas a sua motivação e compromisso. Talvez você esteja curioso pra
saber, onde enxerguei a motivação de George, então permita-me esclarecer. Alguém
que atraiu tanta gente poderia muito bem se beneficiar da sua popularidade para
viver bem, ter conforto, dinheiro, etc, mas não é isso que a história nos
conta. Ele não abriu sua própria denominação, não que isso seja errado, também
não fazia exigências pessoais para estar em algum lugar, mas tinha fome e sede
de simplicidade e sinceridade divina conforme relata Orlando Boyer no livro
Heróis da Fé.
Outras atitudes que comprovam que George
estava muito mais interessado em cumprir o seu chamado do que qualquer outra
coisa são quando ele supera a rejeição, como as vezes que ele pregou no campo
porque as igrejas não queriam recebe-lo, hotéis também se recusaram a recebe-lo
como hóspede. Também quando ele supera a perseguição, pois, certa vez, foi
ameaçado de prisão antes de pregar, mas pregou assim mesmo, e, várias vezes,
foi apedrejado, uma vez até pensou que iria morrer como Estevão. O que dizer
então das vezes que ele pregou enfermo? Alguém que passa por tudo isso, só
continua no ministério, só continua produzindo, entendendo que a graça do
Senhor nos basta conforme relatou Paulo em 1 Coríntios 12.
Outro fato interessante na vida de George, foi que
ele não queria perder tempo com futilidades ou buscando glória para si, por
isso, dividia o dia em três partes: 8 horas sozinho com Deus e os estudos, 8 horas para dormir e as refeições e 8 horas para
o trabalho entre o povo. E é nessas horas que me pergunto: Será que tenho
dedicado 8 horas da minha semana, ou quem sabe, do meu mês, pra Deus? A administração
do nosso tempo reflete as nossas motivações, objetivos, logo, se procuramos
passar o tempo com Deus, estamos motivados em tê-lo em nossos planos.
Falando um pouco do hoje, infelizmente,
nos dias atuais, muitas pessoas enxergam o ministério, a igreja, como uma forma
de se dar bem, ganhar dinheiro, ficar famoso, etc. E por estarem com motivações
erradas, acabam se perdendo e fazendo com que os outros se percam. Esses terão
que prestar contas à Deus no julgamento final.
O apóstolo Paulo foi, sem dúvida alguma, quem mais
pregou, que mais escreveu e que mais sofreu na igreja primitiva, mas, o que ele
ganhou com isso? Que glória ele teve? No final de sua vida ele morou de aluguel
(At 28.30), ou seja, dinheiro ele não ganhou, e a fama e a glória que ele
procurou ter, foi apenas uma:
“Quanto a mim, que eu jamais me
glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da qual o
mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo”. Gálatas 6.14
A única glória de Paulo era na cruz de
Cristo, pois foi nela que deixamos de ser condenados para se tornar herdeiros
dos céus.
Não cabe a mim ou a você julgar a
motivação de pastores e líderes religiosos dos nossos dias, pois isso é algo
muito pessoal, entre cada um e Deus, mas, cabe a nós, analisar a nossa motivação,
não só em ter um ministério, mas em viver. Assim como os apóstolos, como Paulo,
e também os grandes heróis da fé, como George Whitefield, que possamos viver
não para nós mesmos, para Deus, pois Ele deve ser a nossa motivação!
“Assim, já não sou eu quem vive,
mas Cristo vive em mim”. Gálatas 2.20