
Mas o que mais me chama a atenção na
vida de George Whitefield não são os números de sermões ou das multidões que
ele pregou, mas a sua motivação e compromisso. Talvez você esteja curioso pra
saber, onde enxerguei a motivação de George, então permita-me esclarecer. Alguém
que atraiu tanta gente poderia muito bem se beneficiar da sua popularidade para
viver bem, ter conforto, dinheiro, etc, mas não é isso que a história nos
conta. Ele não abriu sua própria denominação, não que isso seja errado, também
não fazia exigências pessoais para estar em algum lugar, mas tinha fome e sede
de simplicidade e sinceridade divina conforme relata Orlando Boyer no livro
Heróis da Fé.
Outras atitudes que comprovam que George
estava muito mais interessado em cumprir o seu chamado do que qualquer outra
coisa são quando ele supera a rejeição, como as vezes que ele pregou no campo
porque as igrejas não queriam recebe-lo, hotéis também se recusaram a recebe-lo
como hóspede. Também quando ele supera a perseguição, pois, certa vez, foi
ameaçado de prisão antes de pregar, mas pregou assim mesmo, e, várias vezes,
foi apedrejado, uma vez até pensou que iria morrer como Estevão. O que dizer
então das vezes que ele pregou enfermo? Alguém que passa por tudo isso, só
continua no ministério, só continua produzindo, entendendo que a graça do
Senhor nos basta conforme relatou Paulo em 1 Coríntios 12.
Outro fato interessante na vida de George, foi que
ele não queria perder tempo com futilidades ou buscando glória para si, por
isso, dividia o dia em três partes: 8 horas sozinho com Deus e os estudos, 8 horas para dormir e as refeições e 8 horas para
o trabalho entre o povo. E é nessas horas que me pergunto: Será que tenho
dedicado 8 horas da minha semana, ou quem sabe, do meu mês, pra Deus? A administração
do nosso tempo reflete as nossas motivações, objetivos, logo, se procuramos
passar o tempo com Deus, estamos motivados em tê-lo em nossos planos.
Falando um pouco do hoje, infelizmente,
nos dias atuais, muitas pessoas enxergam o ministério, a igreja, como uma forma
de se dar bem, ganhar dinheiro, ficar famoso, etc. E por estarem com motivações
erradas, acabam se perdendo e fazendo com que os outros se percam. Esses terão
que prestar contas à Deus no julgamento final.
O apóstolo Paulo foi, sem dúvida alguma, quem mais
pregou, que mais escreveu e que mais sofreu na igreja primitiva, mas, o que ele
ganhou com isso? Que glória ele teve? No final de sua vida ele morou de aluguel
(At 28.30), ou seja, dinheiro ele não ganhou, e a fama e a glória que ele
procurou ter, foi apenas uma:
“Quanto a mim, que eu jamais me
glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da qual o
mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo”. Gálatas 6.14
A única glória de Paulo era na cruz de
Cristo, pois foi nela que deixamos de ser condenados para se tornar herdeiros
dos céus.
Não cabe a mim ou a você julgar a
motivação de pastores e líderes religiosos dos nossos dias, pois isso é algo
muito pessoal, entre cada um e Deus, mas, cabe a nós, analisar a nossa motivação,
não só em ter um ministério, mas em viver. Assim como os apóstolos, como Paulo,
e também os grandes heróis da fé, como George Whitefield, que possamos viver
não para nós mesmos, para Deus, pois Ele deve ser a nossa motivação!
“Assim, já não sou eu quem vive,
mas Cristo vive em mim”. Gálatas 2.20