Quem nunca ouviu essa expressão? Se você
ouviu sabe que, quando alguém diz ‘Pelo amor de Deus’ é porque a coisa é séria,
ou pelo menos deveria ser. ‘Pelo amor de Deus’ vai além de ‘por favor’, ‘por gentileza’, porém, o que nem todos
compreendem é do que se trata o amor de Deus.
Algumas pessoas não compreendem o amor
de Deus porque o comparam ao amor de um pai ou de uma mãe, e quantos pais maus
temos por ai? Outras compraram o amor de Deus ao amor do cônjuge ou namorado(a),
ou talvez de uma bela amizade, mas essas também podem se frustrar fazendo esse
tipo de comparação. O amor de Deus é algo extraordinário, sobrenatural, algo
que vai além do nosso entendimento. Acredito que chamar a sexta-feira que
lembra a crucificação de ‘sexta-feira da paixão’ é muito pouco, deveria ser
chamada de ‘sexta-feira do amor maior’ ou ‘sexta-feira da redenção’, pois foi
isso o que aconteceu naquela verdadeira Black
Friday onde houve trevas durante a tarde (Mt 27.45).
No próximo domingo comemoramos a
páscoa. E o curioso é que parece que até os cristãos dão muito mais atenção ao
Natal do que a Páscoa. Não comemoraríamos a Páscoa, sem comemorar o Natal, pois
Jesus não teria morrido (como homem) se não nascesse, mas as duas datas
precisam ser lembradas por nós, cristãos, todos os dias. Afinal, se somos filhos
de Deus, se somos salvos, é porque Jesus veio ao mundo (nasceu) e então morreu por
nós, por causa dos nossos pecados.
“Porque Deus amou o mundo de tal
maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não
pereça, mas tenha a vida eterna”.
João 3.16
O que seria de tal maneira? Podemos
tentar responder essa pergunta primeiramente entendendo que a palavra amor
nesse versículo no original, em grego, é ágape,
que significa amor sacrificial, ou amor que se doa. Em seguida, podemos
argumentar que o sacrifício, a doação, se iniciou antes de Jesus nascer.
Imagine o Rei dos reis deixar o seu trono para viver como homem, mas antes de
ser homem, Ele foi uma criança, um bebê, um feto. Philip Yancey, no livro ‘O
Jesus que eu nunca conheci’ aborda muito bem isso:
“O Criador de todas as coisas
encolheu-se além da imaginação, tanto, tanto, tanto, que se tornou um óvulo, um
simples ovo fertilizado, quase invisível, um óvulo que se dividiria e se
redividiria até que um feto fosse formado, expandindo-se célula por célula
dentro de uma irrequieta jovem”.
Imagine alguém trocando a fralda de Deus, imagine
alguém ensinado Deus a falar, andar, comer. O nosso Deus Onipresente,
Onisciente e Onipotente se rebaixou a esse ponto porque nos ama.
Mas se o simples fato de Jesus vir ao mundo já nos
mostra o amor de Deus por nós, o que podemos dizer da sua morte e dos
acontecimentos pouco antes dela? Todas as vezes que falo sobre isso, lembro-me
da cena do filme “Paixão de Cristo” onde os cravos dos chicotes dos soldados
são fincados nas costas de Jesus, e então arrancados a força fazendo um grande ‘estrago’.
Se ser chicoteado já era coisa de bandido, ser
crucificado então, era coisa pra homens muito maus, homens que realmente tivessem
uma dívida perante a sociedade, não coisa para alguém Santo. Era humilhante,
além de ser muito sofrido, Jesus até pediu: “Afasta
de mim este cálice”, mas o amor de Deus por mim e você não permitia isso. Mais
tarde, Jesus, pendurado na cruz, poderia dizer palavras de maldição para
aqueles que o crucificaram, mas não, prefere dizer: “Pai, perdoa-os”. Isso é que é amor!
Poderíamos citar inúmeras provas do amor de Deus por
nós, mas quero parar por aqui, até porque o espaço aqui não é para grandes
textos.
Concluindo, se temos algo para comemorar, algo par
nos alegrar, é o amor de Deus por nós, que é imensurável. E Ele quer que comemoremos
não trocando ovos de páscoa, presentes ou algo do tipo, mas demonstrando amor.
Deus nos amou para que nós também pudéssemos amá-lo como também o nosso
próximo, as pessoas ao nosso redor.
Não vejo problemas de presentear as
pessoas com chocolate ou qualquer outra coisa, porém, não podemos de maneira
alguma nos esquecer que tanto a Páscoa como o Natal são datas que tem como
objetivo principal nos lembrar do maior presente que poderíamos ganhar, o amor
de Deus.