Quero começar esse texto falando sobre Maria. Não a Maria
mãe de Jesus e nem Maria Madalena, mas a Maria de Betânia, irmã de Lázaro.
Se você prestar atenção nos encontros de Jesus e Maria nos registros
de Lucas e João verá que ela tinha como hábito estar aos pés de Jesus. Ela
assim esteve em 3 situações distintas e por 3 motivos diferentes: aprender (Lc
10.39), chorar (Jo 11.32) e agradecer (Jo 12.1-3). O último registro talvez
seja o mais relevante, pois foi o dia em que Maria ungiu Jesus.
O
capítulo 12 de João começa contando que Lázaro, que havia ressuscitado estava
presente. E isso já era um motivo de grande alegria para aquela família. Marta,
mais uma vez, assim como consta em Lucas 10, está servindo. E então Maria
aparece derramando cerca de 300 ml de perfume sobre os pés de Jesus, e, em
seguida, secando com os seus cabelos. Algo que foi motivo de escândalo para
Judas.
Aquele
perfume valia 300 denários, e 1 denário era o pagamento por um dia de trabalho
braçal, ou seja, se levarmos em conta o salário mínimo atual, aquele perfume
valeria cerca de 9 mil reais, e se levarmos em conta que um homem que trabalha
em serviço braçal ganha entre 100 e 120 reais por dia, aquele perfume valeria
mais de 30 mil reais, ou seja, o salário de um ano.
Judas
se escandalizou não porque tinha um coração motivado a ajudar os pobres, mas
porque era um ladrão, alguém apegado ao dinheiro que teve a coragem de trocar
Jesus por 30 moedinhas enquanto Maria estava disposta a dar o que tinha de mais
precioso por amor a Jesus.
Jesus
reconheceu a atitude de Maria e ainda disse que onde o evangelho fosse anunciado,
em todo o mundo, também o que ela fez seria contado (Mc 14.9) e o que estamos
fazendo nesse texto, contando a história da mulher que tinha o hábito de se
lançar aos pés de Jesus.
O que chamou a atenção de Jesus não foi o valor financeiro
daquela oferta, mas o que ela representava para quem a oferecia, pois Ele
conhece o coração. Assim como a viúva que deu tudo o que tinha, 2 pequenas
moedas de cobre, Maria também deu o que lhe custava como forma de gratidão.
Preciso
dizer que nem sempre o que nos custa está relacionado a finanças. Podemos oferecer
a Deus o nosso tempo, a nossa profissão, ou o que ele pedir de nós, como fez
Abraão, que ofereceria seu próprio filho por amor ao Senhor. Deus se alegra com
nossas renúncias.
Em Lucas
5, os versículos 27 ao 29 falam sobre quando Levi, mais conhecido por nós como
Mateus, foi chamado para seguir Jesus. Ele era um publicano, um cobrador de
impostos. Nos dias de hoje era como ter um emprego público muito bem remunerado
sendo concursado, ou seja, Mateus tinha uma situação profissional estável, mas
quando Jesus o chamou para ser seu discípulo, ele de pronto atendeu, e não só
atendeu como ofereceu um grande banquete a Jesus em sua casa.
Mateus,
Maria, Abraão e tantos outros nos fazem refletir sobre como temos ofertado ao
Senhor. Será que temos demonstrado gratidão naquilo que fazemos? Será que como
servos ou filhos temos dado a Ele algo que nos custe? Tenho certeza que o que
Ele espera de nós não é leitura bíblica obrigatória, oração decorada ou visita
de rotina em sua casa.
Nada que fizermos ou renunciarmos será
suficiente para pagar aquilo que Deus nos deu, salvação, porém, como forma de
gratidão à bondade e ao amor de Deus Abraão também ofereceria o seu próprio
filho, Mateus ofereceu o seu emprego, Maria o salário de um ano. E você? Quer
pagar quanto?
Que nada em nossas vidas seja obstáculo
para demonstrar nossa gratidão a Deus!