Você se lembra quando aprendeu a andar
de bicicleta? Faz tempo, não é mesmo? No início precisamos de rodinhas até
aprendermos a pedalar. Quando tiramos as rodinhas descobrimos que o equilíbrio
é fundamental, principalmente nas curvas. Além do mais é preciso saber usar o
freio corretamente para evitar um susto ou a possibilidade de desequilíbrio e
consequentemente a queda.
Agora levemos esse aprendizado como
metáfora de nossas emoções. Será que temos conseguido manter o equilíbrio
durante a nossa caminhada? Será que temos feito o bom uso do freio? Ou será que
temos nos arriscado em manobras em que as chances de se machucar são enormes?
Em Gálatas 5.22 temos como último
aspecto do fruto do Espírito Santo o domínio próprio ou temperança. Em Efésios
5.18 somos ordenados a viver sóbrios:
“Não se embriaguem com vinho, que
leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito”.
Viver sóbrio é ser moderado,
equilibrado. Precisamos de moderação em todas as áreas da vida e em todos os
momentos. O apóstolo Pedro também nos dá o mesmo conselho em sua carta:
“Sejam sóbrios e vigiem. O diabo, o
inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa
devorar”. 1 Pedro.5-8
John Stott falando sobre os aspectos do
fruto do Espírito ensina que o domínio próprio é o senhorio sobre a língua, os
pensamentos, os apetites e as paixões. É importante ressaltar que mesmo o fruto
do Espírito tendo origem sobrenatural, precisamos dar condições para que ele
seja produzido em nós.
Frequentemente somos tentados a
extrapolar limites. Seja em dias estressantes ou em uma conversa amigável, o
calor da conversa pode colaborar para que insultos, fofocas e mentiras saiam de
nossa boca. Pensamentos, apetites e paixões também são frutos do que temos
alimentado. Se procuramos prazer em coisas ilícitas, provavelmente teremos
pensamentos, apetites e paixões ilícitas também. É a chamada lei da semeadura
argumentada em Gálatas 6.7:
“Não se deixem enganar: de Deus não
se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá”.
É por isso que a sobriedade é
impossível de ser alcançada sem vigilância e disciplina. Quem caiu de bicicleta
porque utilizou o freio de forma brusca em cima do cascalho provavelmente terá
mais cuidado na próxima vez. Quem já se acidentou por correr demais também será
mais atencioso quanto a velocidade ideal durante uma volta. Os erros do passado
servem como experiência para que saibamos quais devem ser os nossos limites
hoje. Após a identificação desses limites temos como meta exercer a disciplina
para não os ultrapassar.
Que o Espírito Santo produza em nós o
equilíbrio necessário diante de todas as circunstâncias. Mas que nós também
sejamos dedicados exercendo a vigilância e a disciplina, pois só assim teremos
um passeio agradável e produtivo nessa vida.