Ultimamente está cada vez mais difícil
descobrir quem está falando a verdade. Movidos por interesses pessoais, muitas
pessoas têm faltando com a verdade pregando a mentira como se fosse verdade.
Esse problema também alcançou as igrejas, e pelo que lemos no primeiro capítulo
da carta a Timóteo, não é algo tão recente.
O apóstolo Paulo tinha zelo pela doutrina pregada à
igreja e é por isso que escreve sobre isso à Timóteo, seu filho na fé. No
terceiro versículo da carta, ele escreve:
“[...] não mais ensinem doutrinas
falsas”.
Talvez você já tenha ouvido a
expressão: “texto sem contexto vira pretexto”. Criar uma doutrina embasada em
um único versículo sem considerar o contexto não é só perigoso como traz
grandes problemas.
Quando o pregador está mais interessado
em mostrar o seu ponto de vista do que o que a Bíblia de fato tem a dizer isso
pode acontecer. A pessoa cria a mensagem para depois procurar um texto que se
encaixe à mensagem, quando o correto é se fazer o contrário.
Infelizmente, também existem os casos
onde a intenção é distorcer a doutrina conscientemente. O próprio Jesus nos
despertou sobre esses falsos profetas (Mt 24.11). Judas também fala sobre eles
dando ênfase na forma deles agirem, veja:
“Pois certos homens, cuja condenação
já estava sentenciada há muito tempo, infiltraram-se dissimuladamente no meio
de vocês. Estes são ímpios, e transformam a graça de nosso Deus em libertinagem
e negam Jesus Cristo, nosso único Soberano e Senhor”. Judas 4
Tanto Paulo quanto Judas estavam
preocupados com o rumo em que a igreja estava tomando devido às falsas
doutrinas, por isso o apelo de Paulo à Timóteo para ordenar a algumas pessoas
que essas doutrinas não fossem mais pregadas.
Nem todos conseguem identificar as
falsas doutrinas pregadas nos púlpitos, e por isso, muitos são influenciados
pelo que é falado nos púlpitos. Esses erram por não conhecerem as escrituras
(Mt 22.29). Outros erram porque não se importam com os que estão sendo
enganados (Jd 22). Portanto, precisamos não só conhecer as escrituras para não
sermos enganados, como também para denunciar os falsos ensinos e socorrer os
nossos irmãos (Jd 23).
Uma outra preocupação do apóstolo Paulo
quanto aos ensinamentos na igreja de Éfeso era a futilidade. Ao invés de falar
sobre Jesus alguns mestres estavam preocupados com mitos e genealogias que nada
poderiam acrescentar à fé dos membros da igreja.
Uma boa história pode entreter o
público, mas jamais produzirá o que apenas o Evangelho pode produzir, vida.
Evidentemente quando Paulo se refere à mito ele não
está falando sobre alguma parábola que Jesus contou e quando fala de genealogia
certamente também não está falando da que consta no capítulo 1 de Mateus por
exemplo. O que Paulo estava condenando era a pregação de costumes judaicos e
linhagem patriarcal como algo relevante para a fé cristã.
Em um bom sermão as ilustrações servem para facilitar
o entendimento, porém, o centro da mensagem deve permanecer em Jesus. O
Evangelho não é algo que simplesmente comove as pessoas, mas trata-se de um
amor que nos incentiva a ser alguém melhor. Portanto, se a mensagem pregada não
nos leva à Jesus, não nos leva ao arrependimento e confissão de pecados, ela é
reprovada.
É impossível ser um pregador da palavra
sem conhecimento das escrituras. Alguns membros da igreja de Éfeso cometiam o
erro da futilidade porque queriam pular etapas. Queriam ser mestres, ter a
oportunidade de falar e até disciplinar os irmãos antes mesmo de serem
ensinados, discipulados.
Chega de mentiras! Não aceite e muito
menos pregue um evangelho fundamentado em nada que não seja a palavra de Deus.
Para isso, medite na lei do Senhor dia e noite para assim cumprir o que nela
está escrito (Js 1.8).
Que possamos não só conhecer, mas também praticar e anunciar
a verdade que provém do Senhor, a única que é capaz de nos santificar e nos dar
nova vida em Cristo Jesus.
Tenhamos um genuíno compromisso com a verdade!