Antes de apresentar os nossos
personagens de hoje, é bom lembrar que um homem virgem de quarenta anos não era
nenhuma novidade na narrativa bíblica, principalmente na era patriarcal. Abraão
se casou por volta dos 49 anos, Jacó com 47, José também depois dos 30. Talvez
seja porque eles viveram mais de 100 anos, mas isso não vem ao caso em nossa
história. O virgem que contaremos a história é Isaque e sua esposa foi Rebeca,
mas veremos no decorrer da história que vários outros personagens foram
importantes para que esse romance acontecesse.
O romance de Isaque começa com seu pai,
Abraão. Como assim? Ele entendendo que estava perto de sua morte, organiza as
coisas para dar continuidade à sua descendência. Abraão chama o seu servo mais
velho, provavelmente Eliezer, e então pede que ele faça um juramento. Quando
alguém pedia para outra pessoa colocar a mão debaixo de sua coxa (Gn 24.4) era
algo sério, tratava-se de um juramento de morte. E o que era tão importante
assim? A busca por uma esposa para Isaque, ou melhor, a busca pela esposa de
Isaque. Não se tratava de uma qualquer, mas daquela que Deus tinha para ele. É
diferente!
Abraão pede ao seu servo para buscar a
esposa para Isaque em sua antiga terra (Gn 24.4). Se isso acontecesse hoje
seria um tanto curioso, já que a antiga Mesopotâmia hoje é o Iraque e parte da
Síria.
O servo de Abraão entende a missão, mas
logo pergunta no versículo 5: “E se a
mulher não quiser vir a esta terra? ” (Gn 24.5). Se a mulher não quisesse
mudar para Canaã, hoje Israel? Será que Eliezer deveria fazer com que Isaque
voltasse para antiga terra de seu pai? A resposta vem no versículo 8: “Se a mulher não quiser vir, você estará
livre do juramento. Mas não leve o meu filho de volta para lá” (Gn 24. 8).
Não há registros, mas dá para imaginar o suspiro aliviado de Eliezer ao topar a
missão dada por seu patrão com essa condição. A preocupação dele era justa,
certamente ele se lembrara da promessa de Deus a Abraão no início de tudo (Gn
12.1-2).
#PartiuMesopotamia
Entendendo o que deveria fazer Eliezer
pede direção ao Senhor (Gn 24.12). Agora percebe-se porque Abraão confiava nele,
não é mesmo? Era alguém temente a Deus, digno de total confiança nessa tarefa. Já
vi muita gente brincar de fazer prova com Deus. Usam coisas isoladas para
“ouvir” Deus falar. Pedem confirmações através de fatos nada relevantes para a
questão. Era como se basear um pedido de demissão tendo como confirmação de
Deus a vitória do seu time no fim de semana. Não faz o menor sentido.
O servo de Abraão pede um sinal para
Deus destacando as qualidades de sua futura patroa. Aquela que não desse água
somente a ele, mas também aos 10 camelos que estavam com ele, essa sim seria a
mulher de Isaque (Gn 24.14). Menina prendada, atenciosa, trabalhadora. Apenas
para informação, Eliezer tinha andado 800km. Consegue imaginar a sede daqueles
camelos? Um camelo só conseguiria beber 90 litros de água. Imagine 10! Imagine
quantos cântaros Rebeca não pegou até saciar os 10 camelos! Realmente era uma
moça diferente. Além de bonita e prendada, deveria ter um bom preparo físico,
não é mesmo?
Quando Rebeca terminou seu trabalho árduo,
Eliezer colocou nela um pendente e duas pulseiras de ouro (Gn 24.22). Esses
presentes valiam um ano de trabalho. Depois disso, começa a entrevista com a
candidata à nora de Abraão: De quem você é filha? Será que não dá para eu e
alguns rapazes dormir na casa de seu pai? (Gn 24.23). Rebeca faz então a grande
revelação: ela era neta de Naor, irmão de Abraão, ou seja, ela era a filha do
sobrinho de Abraão, prima segunda de Isaque. Que maravilha! Do jeito que o
patrão pediu a Eliezer.
Eliezer é muito bem recebido na casa de
Betuel e na hora do jantar diz que queria dizer o que estava fazendo ali antes
de jantar. E Labão, irmão de Rebeca, diz logo: Desembucha! (Gn 24.33). Eliezer
então conta toda a história. Fala como está Abraão, explica sua missão e toda a
sua trajetória e faz o pedido de casamento em nome de Isaque (Gn 24.34-49). Não
deu outra. Sem pestanejar Betuel e Labão entenderam que aquilo era de Deus e
liberaram a Rebeca para seguir viagem com Eliezer.
Antes de seguir viagem Rebeca deu o seu
“sim” (Gn 24.58), confirmando que os planos de Deus são perfeitos e que ela
estava de coração aberto para aquele relacionamento.
#PartiuCasamentoEmCanaa
Isaque estava no campo, meditando, ou
seja, era alguém pensativo, quando avistou uma caravana (Gn 24.63). Rebeca
notou que alguém os observava e vinha ao encontro da caravana, e quando
descobre que é o seu noivo trata de se cobrir (Gn 24.64-65).
Devido a distância dos parentes da
noiva e da morte da mãe do noivo, não houve festa, eles consumaram o casamento
na tenda da mãe do noivo e então seguiram suas vidas, agora como marido e
mulher.
Muita gente tem dificuldades de aceitar
que um casamento arranjado como foi o de Isaque e Rebeca tenha ocorrido algum
romantismo, mas, não é o que o texto os capítulos 24 e 25 de Gênesis nos
mostram. Ao longo de toda a história entendemos que Deus havia feito Rebeca
para Isaque e vice-versa. Eles tinham o mesmo número, eram o encaixe perfeito, assim
como creio que Deus tem para cada um. Você já encontrou o seu?
Você solteiro(a) e que ainda não está namorando, lembre-se
que os tempos mudaram, mas o Deus do passado é o mesmo Deus de hoje. O Deus que
uniu Isaque e Rebeca, é o mesmo Deus que unirá você à sua metade.
Você que está namorando, o seu namorado é o seu
número? A sua namorada é realmente a sua costela perdida? Se você não sabe ou
não tem certeza, com o tempo saberá. O namoro existe para vocês decifrarem
isso, pois é a fase onde um conhece melhor o outro, dentro claro dos limites
determinados pela palavra de Deus.
Antes de encerrar, quero deixar claro
que não estou aqui pregando para você rapaz esperar os seus 40 anos e então
enviar alguém para buscar uma esposa para você e nem você moça de esperar
alguém vir te buscar na casa do seu pai. Estou utilizando essa belíssima
história de amor para lhe dizer para entregar o seu coração ao Senhor. Entregue
seu relacionamento para ele direcionar, pois os caminhos dele são perfeitos.
Dele é que nasce o SIM para a vida toda!