Quando se está viajando, o destino
sempre está em mente, em foco, não é mesmo? Quando estou indo de Anápolis,
cidade onde moro, para Cocalzinho, minha terra natal, existem duas formas de
focar e medir a distância do meu destino: a quilometragem rodada e os pontos de
referência. Como já andei bastante nesse percurso a segunda opção é sempre a
mais utilizada. Quando passo debaixo de uma grande gameleira, que cobre toda a
pista, sei que já andei um quarto do caminho. Em Planalmira, município de
Abadiânia, estou na metade do caminho. E em Corumbá já andei três quartos.
Enfim, cada ponto de referência me dá uma perspectiva diferente. Os números são
aproximados, ok? Então quem conhece o percurso não precisa me corrigir nos comentários
(rsrsrsrs).
“Levanto os meus olhos para os montes
e pergunto: De onde vem o meu socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez os
céus e a terra”. Salmos 121.1-2
O contexto do Salmo 121 também é uma
viagem, na verdade o Salmo era a trilha sonora de uma viagem, é um dos salmos
que fazem parte da coleção de canções (Salmos 120-134) cantadas pelos
peregrinos judeus que não moravam em Jerusalém e que pelo menos uma vez ao ano
seguiam para lá para participar de uma das festas anuais que acontecia na
cidade de Jerusalém. O salmista se dirigia a Jerusalém e ficava olhando
adiante, fazia parte do percurso passar por uma região montanhosa, até porque,
não sei você lembra ou sabe, mas a cidade de Jerusalém ficava sobre os montes
de Sião e foi conquistada pelo rei Davi. No monte Sião é que ficava o templo, a
arca, a presença de Deus. Jerusalém era o lugar da habitação de Deus (Sl
87.1-2).
Assim como muitos percorriam um longo caminho para
chegar em Jerusalém e contemplar a presença de Deus, nós peregrinamos durante
toda a vida esperando o bendito dia, o dia em que entraremos com Deus na nova
Jerusalém, a Sião celestial. Você está olhando para lá?
Durante a peregrinação da vida
passaremos por muitos perigos, teremos problemas ao longo do caminho, Jesus não
nos isenta da aflição, mas só conseguiremos ter sucesso na caminhada se
estivermos com os olhos fixos em Sião. Pensando nisso, lhe pergunto: Tá olhando
o que?
Muita gente tem olhado para o dinheiro.
Para muitas pessoas, o dinheiro é a solução de todos os seus problemas, portanto
o olhar dessas pessoas é para a conta bancária. O esforço, a dedicação, tudo
gira em torno de chegar a um número que trará conforto, segurança. Sabemos que
dificilmente alguém se dará satisfeito com algum número e que o dinheiro fica
quando a pessoa morre.
Para outras pessoas, a solução está em respirar novos
ares. Não é em vão que o número de refugiados no mundo passa dos 65 milhões.
Fugindo de guerras e perseguições políticas, todas essas pessoas saíram de seus
países querendo novos ares. Elas podem até encontrar refúgio, mas não deixarão
de correr riscos. Muitos lugares de refúgio hoje sofrem ataques terroristas,
por exemplo. O verdadeiro refúgio só conseguiremos debaixo das asas do
Onipotente (Sl 91.1).
Outras pessoas depositam a sua esperança em homens.
Pensam que quando o fulano de tal chegar ao governo as coisas serão diferentes.
Quando o médico ciclano puder atender, pronto! Acabou o sofrimento. E a Bíblia
diz que maldito é o homem que confia no homem e que faz da humanidade mortal a
sua força (Jr 17.5).
O fato é que o nosso socorro não vem do
dinheiro, não vem de uma nova morada aqui na terra e muito menos do homem, mas
do Senhor que fez os céus e a terra. Portanto, fixemos os nossos olhos não nas
coisas corruptíveis, pois elas podem nos decepcionar, elas podem nos desanimar.
Então, a melhor direção para se olhar é para os montes de Sião. Olhemos para os
montes, olhemos para o alvo, para Jesus. Como está escrito em Filipenses
3.13-14:
“Irmãos, não penso que eu mesmo já o
tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para
trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de
ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus”.
Os sofrimentos da caminhada, o cansaço,
o desgaste, podem até querer nos desanimar, mas nós deixamos isso para trás
olhando para Sião, sabemos que não conseguiremos avançar sozinhos e por isso
nos lembramos que “o meu socorro vem do Senhor”!
Olhemos para os montes, ou melhor, olhemos para além
dos montes, olhemos o que só se vê com os olhos da fé, para a nova Jerusalém, a
Sião celestial. Ela também foi conquistada para nós, pelo rei Jesus, também em
um monte, o monte do Calvário. Portanto, o meu socorro e o seu socorro vêm
daquele que morreu por nós na cruz.