Como temos visto o sofrimento ao nosso
redor? Como temos recebido as notícias de tragédias, doenças, epidemias,
guerras, fome?
Jesus em Mateus 24.12 dizia:
“Devido ao aumento da maldade, o
amor de muitos esfriará”.
Entendo esse esfriamento como um grande
menosprezo de nossa parte. Estamos cada dia mais ‘vacinados’ diante das más
notícias, desde que elas sejam longe de nós. Quando o jornal diz: “O vírus ebola
já matou 100, 200, 300...” A reação é: “hummmm... que triste!” Mas algo até
meio superficial. Então o jornal diz: “O vírus ebola chegou no Brasil!” A
reação agora é: “Misericórdia Senhor! Socorre-nos!”
A taxa de mortalidade no nosso país nos
preocupa, mas só lutamos para reduzi-la ou para fazer justiça quando acontece
algo próximo a nós. O câncer é uma doença terrível, mas só percebemos isso
quando algum familiar fica doente. Eu poderia citar vários outros exemplos, mas
vou parar por aqui, mas, antes, deixo a seguinte questão: O que será que Jesus
diria sobre isso?
Em Mateus 9 temos um episódio
interessante, veja:
“Jesus ia passando por todas as
cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando as boas novas do Reino e
curando todas as enfermidades e doenças. Ao ver as multidões, teve compaixão
delas, porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor. Então
disse aos seus discípulos: ‘A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos.
Peçam, pois, ao Senhor da seara que envie trabalhadores para a sua seara’.” Mateus 9.35-38
Jesus, apesar de saber, não fez questão
de lembrar dos motivos ou culpados daquela situação, mas, se compadeceu
daquelas pessoas. Provavelmente Ele também não tinha amigos ou parentes dentre
aquelas pessoas, mas se compadeceu delas.
Nesse texto, Jesus nos deixa pelo menos
dois ensinamentos, o primeiro é que Ele estava fazendo a Sua parte: “ensinando nas sinagogas, pregando as boas
novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças”.
O segundo ensinamento é a intercessão: “peçam, pois, ao Senhor da seara que envie
trabalhadores para a sua seara”.
Temos também um outro episódio parecido
no Antigo Testamento. O nosso personagem agora é Neemias, veja:
“Hanani, um dos meus irmãos, veio de Judá com alguns outros homens, e eu lhes perguntei acerca dos judeus que
restaram, os sobreviventes do cativeiro, e também sobre Jerusalém. E eles me
responderam: ‘Aqueles que sobreviveram ao cativeiro e estão lá na província,
passam por grande sofrimento e humilhação. O muro de Jerusalém foi derrubado, e
suas portas foram destruídas pelo fogo’. Quando ouvi essas coisas, sentei-me e
chorei. Passei dias lamentando, jejuando e orando ao Deus dos céus.” Neemias 1.2-4
No texto acima vemos Neemias se
compadecer dos israelitas, após isso, ele toma a primeira atitude, interceder: “passei dias lamentando, jejuando e orando”.
Mais à frente, no capítulo 2, versículo 5, vemos ele
se dispondo a fazer a sua parte:
“e respondi ao rei: ‘Se for do
agrado do rei e se o seu servo puder contar com a benevolência do rei, que ele
me deixe ir à cidade de Judá onde meus pais estão enterrados, para que eu possa
reconstruí-la’.” Neemias 2.5
Jesus e Neemias nos trazem o mesmo
ensinamento, que devemos nos compadecer daqueles que sofrem ao nosso redor.
Que possamos, em primeiro lugar, orar, interceder
pelos que sofrem, e, em segundo lugar, nos dispor para colaborar de alguma forma,
pois o verdadeiro sentido do cristianismo é o amor, à Deus e ao próximo.