Você certamente já ouviu falar de Judas Iscariotes,
aquele que traiu Jesus, mas hoje quero falar de outros Judas.
Primeiro quero falar sobre o apóstolo Judas, o Tadeu, irmão de Tiago. Ele nos fala de um assunto muito
importante em sua carta, aquela de uma página que fica antes do livro de
Apocalipse que pouca gente já leu, mesmo sendo uma das menores da bíblia. Enfim,
o assunto abordado nessa carta é tão importante que no versículo 3 ele diz que
escreveria sobre a salvação, mas existia algo mais urgente para ser tratado.
Que coisa urgente era essa? Veja o que ele fala a respeito:
“Pois certos homens, cuja condenação
já estava sentenciada há muito tempo, infiltraram-se dissimuladamente no meio
de vocês. Estes são ímpios, e transformam a graça do nosso Deus em libertinagem
e negam Jesus Cristo, nosso único Soberano e Senhor”. Judas 4
O que o apóstolo Judas está dizendo é
que existiam pessoas que estavam se fingindo de cristãos para pregar a
libertinagem, ou seja, uma liberdade exagerada, uma liberdade que na verdade só
pode ser resumida com uma palavra, pecado. Não estou querendo ser extremista ou
algo do tipo, por isso entendam que a liberdade exagerada que digo trata-se da
liberdade que ultrapassa os limites estabelecidos na bíblia.
Falando um pouco mais sobre os fingidos
que pregavam a libertinagem, afirmo que, com certeza, esse tipo de pessoa não
existiu apenas na época em que a carta de Judas foi escrita, talvez hoje o
cenário esteja ainda pior. Chamo essas pessoas mal intencionadas de bode Judas,
já ouviu falar? O bode Judas trata-se de um bode mesmo, agora falo do animal,
que era utilizado como arma no matadouro de ovelhas. Ele tinha aparência de
ovelha, cheiro de ovelha, mas era bode. A sua estratégia era se infiltrar entre
as ovelhas, conquistar a liderança delas, e então leva-las até o matadouro.
Certamente havia uma recompensa para o
bode Judas nos matadouros, como houve uma recompensa para Judas Iscariotes. Assim
como Judas Iscariotes, muitos são iludidos com essa recompensa que é dada aqui
na terra por esses atos de traição ou de oposição à Deus, assim como os bodes
Judas dos dias atuais. Riquezas aqui na terra podem trazer prazeres, mas todos
temporários, porém, esses homens, conforme o versículo acima já têm a ‘condenação sentenciada há muito tempo’,
ou seja, eles podem até viver bem aqui na terra, mas a eternidade não será nada
prazerosa.
Entendendo como eles agem e qual será o
futuro desses, pergunto: E nós? Que atitudes devemos tomar diante dos tais
bodes Judas próximos a nós? No versículo 9 da epístola que estamos tratando temos
a resposta:
“Contudo, nem mesmo o arcanjo
Miguel, quando estava disputando com o diabo acerca do corpo de Moisés, ousou
fazer acusação injuriosa contra ele, mas disse: ‘O Senhor o repreenda!’”
Miguel estava numa disputa com o
próprio diabo, mas não o repreendeu, porém, deixou para que o Senhor o fizesse
isso. E Ele realmente faz, como destruiu os hebreus resgatados do Egito que não
creram (Jd 5), como prendeu os anjos que o abandonaram (Jd 6), como também destruiu
Sodoma e Gomorra livrando os fiéis.
Sabemos que os bodes Judas tem como
objetivo causar divisões entre os cristãos (Jd 19), portanto precisamos
conhecer a verdade pra discernir também o que é mentira, o que é oposição à
Deus, o que é negar Jesus. Tendo posse dessa verdade, sigamos os mandamentos
finais de Judas Tadeu: nos manter no amor de Deus (Jd 21), ter compaixão dos
que duvidam (Jd 22), além de apresentar a verdade àqueles que desconhecem (Jd
23) para que também fujam dos bodes Judas que nos cercam.
Que sejamos não como o Judas Iscariotes ou como o
bode Judas, não mesmo né? Mas que sejamos como o Judas Tadeu, que, não só entendeu e viveu a verdade, mas
também procurou compartilha-la, afim de que outros também pudessem conhecer e
viver essa verdade.