Já a alguns dias tenho refletido sobre
as ‘guerras’ que estão acontecendo nos dias de hoje. Não estou falando das
guerras que acontecem no Oriente Médio ou na África, mas sim das guerras que estão
acontecendo no Brasil. Também não estou falando das guerras que acontecem nas
favelas do Rio de Janeiro ou de qualquer outro lugar no Brasil, ou seja, não
estou falando de guerras onde as armas utilizadas são pistola, metralhadora, ou
qualquer outra arma de fogo, estou falando das guerras cujo campo de batalha é
a TV, o rádio, e principalmente as redes sociais e as armas utilizadas são as
palavras digitadas ou verbalizadas.
Philip Yancey no livro ‘Maravilhosa
graça’ cita: “Mark Twain costumava dizer
que havia colocado um cachorro e um gato juntos em uma gaiola como uma
experiência para ver como eles conviveriam. Eles conviveram, então ele colocou
um pássaro, um porco, uma cabra. Eles também se deram bem depois de alguns
poucos ajustes. Então ele colocou um batista, um presbiteriano e um católico:
logo não sobrou nenhum”.
Antes que digam que estou favorecendo
ou desconsiderando os assembleianos na ilustração acima, quero dizer que estou
apenas copiando o texto do livro, que foi escrito por um autor que mora onde
não é comum haver assembleianos.
Prosseguindo, posso afirmar que nos
dias de hoje não tem sido muito diferente. Ao invés de se unirem por terem o
tudo, Jesus Cristo, em comum, os cristãos debatem entre si por causa das
diferenças. Mas o que mais chama a atenção é que, além disso, agora os cristãos
estão procurando ‘confusão’ fora da igreja. Estão taxando pessoas como
adversárias, esquecendo-se que quem tem nome de adversário é Satanás, cujo nome traduzido
do grego é adversário.
O apóstolo Paulo na carta aos Efésios
aborda:
“pois a nossa luta não é contra
pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo
de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais”. Efésios 6.12
Olhando pra Jesus não consigo vê-lo tratar
ninguém que não seja Satanás, como adversário. Várias vezes Ele foi
questionado, reprendeu a muitos, mas ao contrário do que muitos pensaram, ele
não veio promover guerras ou divisões, mas sim anunciar as boas novas, propagar
a paz e o amor. Quando se encontrava com um pecador, não fazia de conta que não
via os seus pecados, mas demonstrava amor e compaixão acima de tudo. A mulher
samaritana que nos diga (Jo 4), o paralítico que estava no tanque de Betesda
(Jo 5), a mulher adúltera (Jo 8) e tantos outros. E em todos esses encontros,
Ele dizia: “Vai e não peques mais”.
Essa era a guerra que Jesus era a
favor, a guerra contra o pecado, não contra o pecador. Compreende a diferença? O
adversário das nossas guerras não deve ser as pessoas que pensam diferente de
nós, de outras religiões, ou que possuem alguma coisa contra nós ou nossa
crença. A guerra é particular. John Piper diz que a guerra é contra o nosso
próprio ego e tudo em nós que nos deixa em paz com o pecado. E ele diz ainda algo
mais profundo, que nos faz pelo menos refletir, que quero destacar:
“Ninguém vai ao inferno por causa
de Satanás. A única razão para irmos para inferno é o pecado. Muito mais
importante do que combater Satanás é lutar contra o pecado”.
A guerra que Jesus Cristo nos propõe é
contra nós mesmos, contra a nossa própria vontade de pecar. Só vencendo essa
guerra é que viveremos de fato (Rm 8.13).
Agora, se o adversário na guerra sou eu mesmo, quem
é o meu próximo? Aquele a quem eu devo amor. Pois é isso que Jesus nos ensina.
Portanto, nos apeguemos a tudo o que Ele nos ensina através da sua palavra para
assim vencermos as batalhas do dia a dia, a guerra em que estamos inseridos, visando
receber a coroa da vida (Ap 2.10).
Que Deus lhe abençoe!