quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Desejando vida longa às inimigas

         Existe uma música, um funk, que inclusive já foi usado em uma avaliação escolar na qual a compositora foi chamada de pensadora que diz: “Desejo a todas inimigas vida longa. Pra que elas vejam cada dia mais nossa vitória”.
         Se olharmos apenas o primeiro verso, poderíamos dizer que se trata de um princípio cristão, ou talvez um exemplo prático de um dos aspectos do fruto do Espírito, a benignidade. Mas sabemos perfeitamente, principalmente devido ao segundo verso, que essa não foi a intenção de quem a compôs.
       Partindo para a Bíblia, no sermão do monte Jesus nos ensina justamente o que o primeiro verso nos diz, veja:
“Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo’. Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem”. Mateus 5.43-44
       Muitos podem chamar essa parte do sermão de ofensiva, outros podem dizer que é conversa de gente doida, mas o fato é que Jesus está apenas mostrando a diferença entre os filhos de Deus e os órfãos, aqueles que ainda não aceitaram a Sua adoção. Ele nos deixa isso claro no versículo seguinte:
“para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos”. Mateus 5.45
         Sabemos que na criação ou educação dos filhos, é mais do que normal o filho imitar os seus pais. Foi assim que aprendemos a falar, andar, comer etc. Jesus está reforçando essa ideia e enfatizando que assim como o nosso Pai celestial é bom com justos e injustos, nós também precisamos ser. O sol não brilha apenas para os que creem em Deus. Da mesma forma, a chuva não cai só sobre as casas ou terras desses. O sermão continua:
“Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa receberão? Até os publicanos fazem isso! E se vocês saudarem apenas os seus irmãos, o que estarão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso! ”. Mateus 5.46-47
         Não sei se você já ouviu isso, mas eu quando criança ou adolescente, sempre que questionava meus pais sobre algo que o meu colega/amigo podia fazer e eu não, ouvia como resposta: “Ele não é você, não é meu filho! Você é que é o meu filho! ”.
Jesus está nos dizendo o mesmo no texto acima. Em outras palavras ele está dizendo que se somos filhos de Deus, precisamos mostrar a diferença. Os publicanos (que tinham a reputação dos políticos brasileiros dos dias de hoje) e os pagãos não tinham problema em amar os que os amavam e em saudar os irmãos. Porém, apenas os filhos de Deus conseguem amar e saudar os inimigos, desejar de fato vida longa, não da boca para fora.
         Antes de concluir, deixo uma ilustração que ouvi a algum tempo e não me recordo de quem. Imagine que você tenha um filho, e esse é assassinado. Então você adota o assassino como filho. Loucura, não é? Foi isso que Deus fez por nós! Matamos o seu Filho com os nossos pecados, mas ao invés dEle se vingar Ele nos adotou como filhos. Esse é o exemplo!
“Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês”. Mateus 5.48

         Que Deus lhe abençoe e lhe faça amar os inimigos e orar pelos seus perseguidores!
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