Existe uma música, um funk, que
inclusive já foi usado em uma avaliação escolar na qual a compositora foi
chamada de pensadora que diz: “Desejo a todas inimigas vida longa. Pra que elas
vejam cada dia mais nossa vitória”.
Se olharmos apenas o primeiro verso,
poderíamos dizer que se trata de um princípio cristão, ou talvez um exemplo prático
de um dos aspectos do fruto do Espírito, a benignidade. Mas sabemos
perfeitamente, principalmente devido ao segundo verso, que essa não foi a
intenção de quem a compôs.
Partindo para a Bíblia, no sermão do
monte Jesus nos ensina justamente o que o primeiro verso nos diz, veja:
“Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o
seu próximo e odeie o seu inimigo’. Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e
orem por aqueles que os perseguem”.
Mateus 5.43-44
Muitos podem chamar essa parte do
sermão de ofensiva, outros podem dizer que é conversa de gente doida, mas o
fato é que Jesus está apenas mostrando a diferença entre os filhos de Deus e os
órfãos, aqueles que ainda não aceitaram a Sua adoção. Ele nos deixa isso claro
no versículo seguinte:
“para que vocês venham a ser filhos
de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons
e derrama chuva sobre justos e injustos”. Mateus
5.45
Sabemos que na criação ou educação dos
filhos, é mais do que normal o filho imitar os seus pais. Foi assim que aprendemos
a falar, andar, comer etc. Jesus está reforçando essa ideia e enfatizando que assim
como o nosso Pai celestial é bom com justos e injustos, nós também precisamos
ser. O sol não brilha apenas para os que creem em Deus. Da mesma forma, a chuva
não cai só sobre as casas ou terras desses. O sermão continua:
“Se vocês amarem aqueles que os amam,
que recompensa receberão? Até os publicanos fazem isso! E se vocês saudarem
apenas os seus irmãos, o que estarão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso!
”. Mateus 5.46-47
Não sei se você já ouviu isso, mas eu
quando criança ou adolescente, sempre que questionava meus pais sobre algo que
o meu colega/amigo podia fazer e eu não, ouvia como resposta: “Ele não é você,
não é meu filho! Você é que é o meu filho! ”.
Jesus está nos dizendo o mesmo no texto acima. Em
outras palavras ele está dizendo que se somos filhos de Deus, precisamos
mostrar a diferença. Os publicanos (que tinham a reputação dos políticos brasileiros
dos dias de hoje) e os pagãos não tinham problema em amar os que os amavam e em
saudar os irmãos. Porém, apenas os filhos de Deus conseguem amar e saudar os
inimigos, desejar de fato vida longa, não da boca para fora.
Antes de concluir, deixo uma ilustração
que ouvi a algum tempo e não me recordo de quem. Imagine que você tenha um
filho, e esse é assassinado. Então você adota o assassino como filho. Loucura,
não é? Foi isso que Deus fez por nós! Matamos o seu Filho com os nossos
pecados, mas ao invés dEle se vingar Ele nos adotou como filhos. Esse é o
exemplo!
“Portanto, sejam perfeitos como
perfeito é o Pai celestial de vocês”. Mateus
5.48
Que Deus lhe abençoe e lhe faça amar os
inimigos e orar pelos seus perseguidores!