quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Um amigo nada secreto

         No Natal ou nas festividades de fim de ano, é comum as pessoas se reunirem para brincarem de ‘amigo secreto’ ou ‘amigo oculto’. É uma brincadeira que promove a comunhão e também uma forma de dar e receber presentes.
         Muitas das vezes, escolher um presente para o amigo não é tão fácil. Às vezes porque não conhecemos a pessoa tão bem e por isso não temos a mínima ideia do que ela vai gostar de receber, ou, as vezes, porque conhecemos bem o suficiente a ponto de não saber como surpreender a tal pessoa ou como dar algo que ela não tenha.
         Convido você agora a imaginar ter como amigo secreto alguém que você conhece muito bem. E quando digo muito bem, digo saber que ela não merece presente nenhum, muito pelo contrário. Estou falando de alguém que traiu, que te entristeceu, que muitas das vezes agiu como se você não existisse. O que daria de presente à essa pessoa?
         A bíblia relata essa história. Ela diz que todos pecaram (Rm 3.23), ou seja, eu e você pecamos, e pecar é trair Deus, é entristecê-lo, é ignorá-lo. E segundo a bíblia, quem comete pecado só tem uma sentença, a morte (Rm 6.23).
Então chegou o Natal, e recebemos o nosso presente. Em um dos versículos mais conhecidos da bíblia, João 3.16 diz assim:
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.
         Não merecíamos presente algum, merecíamos a morte, mas a bíblia diz que Deus nos amou de tal maneira, ou seja, ele sabia de toda a nossa sujeira, de todos os nossos pecados, mas nos amou assim mesmo, nos amou tanto, que não nos deu qualquer presente. Ele nos deu o que tinha de mais precioso, algo que não conseguiríamos adquirir. Ele nos deu a salvação.
         Então, no Natal, celebramos isso. Celebramos a vida eterna que foi dada de presente pelo nosso amigo nada secreto, pelo nosso Pai, quando não merecíamos. No Natal devemos sim nos alegrar, não porque teremos uma mesa farta, não porque ganharemos vários presentes, mas porque já ganhamos, em uma Black Friday, ou seja, em uma sexta-feira de escuridão ao meio dia (Mt 27.45), alguém foi crucificado para que um dia eu e você pudéssemos obter a vida eterna. Isso sim é que é presente de Natal!

         Que nesse Natal, o sentimento de gratidão à Deus possa preencher os nossos corações, afinal, o Natal só existe por causa do grande Amor que Ele tem por nós.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Que tipo de Judas você pretende ser?

Você certamente já ouviu falar de Judas Iscariotes, aquele que traiu Jesus, mas hoje quero falar de outros Judas.
Primeiro quero falar sobre o apóstolo Judas, o Tadeu, irmão de Tiago. Ele nos fala de um assunto muito importante em sua carta, aquela de uma página que fica antes do livro de Apocalipse que pouca gente já leu, mesmo sendo uma das menores da bíblia. Enfim, o assunto abordado nessa carta é tão importante que no versículo 3 ele diz que escreveria sobre a salvação, mas existia algo mais urgente para ser tratado. Que coisa urgente era essa? Veja o que ele fala a respeito:
“Pois certos homens, cuja condenação já estava sentenciada há muito tempo, infiltraram-se dissimuladamente no meio de vocês. Estes são ímpios, e transformam a graça do nosso Deus em libertinagem e negam Jesus Cristo, nosso único Soberano e Senhor”. Judas 4
         O que o apóstolo Judas está dizendo é que existiam pessoas que estavam se fingindo de cristãos para pregar a libertinagem, ou seja, uma liberdade exagerada, uma liberdade que na verdade só pode ser resumida com uma palavra, pecado. Não estou querendo ser extremista ou algo do tipo, por isso entendam que a liberdade exagerada que digo trata-se da liberdade que ultrapassa os limites estabelecidos na bíblia.
         Falando um pouco mais sobre os fingidos que pregavam a libertinagem, afirmo que, com certeza, esse tipo de pessoa não existiu apenas na época em que a carta de Judas foi escrita, talvez hoje o cenário esteja ainda pior. Chamo essas pessoas mal intencionadas de bode Judas, já ouviu falar? O bode Judas trata-se de um bode mesmo, agora falo do animal, que era utilizado como arma no matadouro de ovelhas. Ele tinha aparência de ovelha, cheiro de ovelha, mas era bode. A sua estratégia era se infiltrar entre as ovelhas, conquistar a liderança delas, e então leva-las até o matadouro.
         Certamente havia uma recompensa para o bode Judas nos matadouros, como houve uma recompensa para Judas Iscariotes. Assim como Judas Iscariotes, muitos são iludidos com essa recompensa que é dada aqui na terra por esses atos de traição ou de oposição à Deus, assim como os bodes Judas dos dias atuais. Riquezas aqui na terra podem trazer prazeres, mas todos temporários, porém, esses homens, conforme o versículo acima já têm a ‘condenação sentenciada há muito tempo’, ou seja, eles podem até viver bem aqui na terra, mas a eternidade não será nada prazerosa.
         Entendendo como eles agem e qual será o futuro desses, pergunto: E nós? Que atitudes devemos tomar diante dos tais bodes Judas próximos a nós? No versículo 9 da epístola que estamos tratando temos a resposta:
“Contudo, nem mesmo o arcanjo Miguel, quando estava disputando com o diabo acerca do corpo de Moisés, ousou fazer acusação injuriosa contra ele, mas disse: ‘O Senhor o repreenda!’”
         Miguel estava numa disputa com o próprio diabo, mas não o repreendeu, porém, deixou para que o Senhor o fizesse isso. E Ele realmente faz, como destruiu os hebreus resgatados do Egito que não creram (Jd 5), como prendeu os anjos que o abandonaram (Jd 6), como também destruiu Sodoma e Gomorra livrando os fiéis.
         Sabemos que os bodes Judas tem como objetivo causar divisões entre os cristãos (Jd 19), portanto precisamos conhecer a verdade pra discernir também o que é mentira, o que é oposição à Deus, o que é negar Jesus. Tendo posse dessa verdade, sigamos os mandamentos finais de Judas Tadeu: nos manter no amor de Deus (Jd 21), ter compaixão dos que duvidam (Jd 22), além de apresentar a verdade àqueles que desconhecem (Jd 23) para que também fujam dos bodes Judas que nos cercam.

Que sejamos não como o Judas Iscariotes ou como o bode Judas,  não mesmo né? Mas que sejamos como o Judas Tadeu, que, não só entendeu e viveu a verdade, mas também procurou compartilha-la, afim de que outros também pudessem conhecer e viver essa verdade.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Eu tenho um sonho

Hoje é dia da consciência negra. Isso me faz lembrar de um pastor que fez a diferença enquanto viveu, alguém imperfeito, como eu e você, mas que resolveu viver para cumprir o propósito que Deus colocou em seu coração, seu nome é Martin Luther King. Li parte de sua história no livro "Alma Sobrevivente" de Philip Yancey e digo que é impossível não se comover. Da mesma forma me emocionei quando vi os filmes “Duelo de Titãs” e “O mordomo da casa branca” que abordam essa era lamentável.
Nos dias de hoje é até difícil acreditar, mas por causa da cor da pele, as pessoas não poderiam frequentar restaurantes, escolas, e até igrejas. Por causa da cor da pele, os negros tinham que se levantar no ônibus para os brancos sentarem. Por causa da cor da pele, nos lugares públicos havia um bebedouro para brancos e um bebedouro para os chamados de cor. Realmente isso deve gerar um grande descontentamento em nós. E por causa desse descontentamento alguém resolveu dedicar sua vida para mudar essa realidade.
Tiago fala um pouco sobre as diferenças, sobre o que não devemos fazer. Veja:
“Meus irmãos, como crentes em nosso glorioso Senhor Jesus Cristo, não façam diferença entre as pessoas, tratando-as com favoritismo. Suponham que na reunião de vocês entre um homem com anel de ouro e roupas finas, e também entre um homem pobre com roupas velhas e sujas. Se vocês derem atenção especial ao homem que está vestido com roupas finas e disserem: ‘Aqui está um lugar apropriado para o senhor’, mas disserem ao pobre: ‘Você, fique de pé ali’, ou: ‘Sente-se no chão, junto ao estrado onde ponho os meus pés’, não estarão fazendo discriminação, fazendo julgamentos com critérios errados?” Tiago 2.1-4
O que será que Jesus faria se estivesse aqui? Penso que Jesus estaria nos protestos liderando e/ou apoiando os movimentos em prol dos direitos iguais. Os evangelhos mostram, várias vezes, Jesus se relacionando com pessoas desprezadas pelos judeus, como cobradores de impostos, prostitutas, com nenhuma diferença. E  é essa atitude que ele espera de nós.
King sonhava com isso, com um mundo sem preconceito, e por causa disso, foi muito perseguido. Teve sua casa bombardeada, foi preso, torturado e até assassinado porque tinha um sonho. Veja trecho do seu discurso em Washington, em 1963 que ele fala de seu sonho:
“Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença – nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.
Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos descendentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.
Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.”
         Deus amou o mundo de tal maneira, e mundo envolve brancos, negros, pobres, ricos, brasileiros e pessoas de outros países, enfim, todos os diferentes são iguais pra Deus.

         Que o exemplo de Jesus e o sonho de Martin Luther King estejam vivos em nossas mentes e corações, externando para as nossas atitudes. Que não haja lugar para preconceito em nosso meio, mas que ao invés disso, nos esforcemos para viver em comunhão, afinal, somos todos filhos do mesmo Pai.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Tá devendo?

         Misericórdia! Geralmente dizemos isso quando algo grave acontece. Vemos um acidente, ficamos sabendo de alguém doente, enfim, é uma abreviação de “Deus tenha misericórdia”.
O nosso Deus é sim misericordioso, em Lamentações 3.22-23 está escrito que as misericórdias dEle são inesgotáveis, se renovam a cada manhã. Mas e nós? Somos? Se não somos, deveríamos ser. Veja o que o apóstolo Paulo diz aos colossenses:
“Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou”. Colossenses 3.13
         É sempre bom lembrar que o suportem ai não é no sentido de aturar, aguentar, mas no sentido de dar suporte, de ajudar o próximo, de suprir as necessidades do meu irmão.
         A dívida relacionada ao nosso tema é o pecado, portanto, vamos falar primeiro sobre o perdão, a misericórdia divina. Imagine que cada pecado custe um valor. Uma mentira custa dez reais, um homicídio custa dez mil, ver pornografia custa cinquenta, falar mal dos outros uns cem reais e assim com todos os nossos pecados. Dessa forma, acumularíamos rapidamente uma dívida de milhões, bilhões ou até trilhões. Deus perdoou essa dívida, e digo mais, Ele perdoou até os pecados que ainda vamos cometer. Em 1 João 1.9 só existe uma condição pra isso: “Se confessarmos os nossos pecados”, essa é a única condição que faz uma dívida pequena ou uma dívida milionária ser perdoada. Que maravilha!
Agora imagine que, um dia, seu irmão, pisa na bola com você. Ele mente pra você e então você diz: Cara, agora é o seguinte, enquanto você não me der os meus dez reais, estamos de relações cortadas. De acordo com Mateus 18, Deus te diria: “Servo mau, perdoei toda a sua dívida. Você não devia ter tido misericórdia do seu amigo?”
         Na oração mais conhecida pelos cristãos, a oração que Jesus ensinou em Mateus 6, dizemos: “Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores” (Mt 6.12). Sabendo dessa oração só podemos ter uma certeza, que só teremos os nossos milhões perdoados, o dia que perdoarmos a pequena dívida daqueles que nos devem.
         Em Efésios 4.3 somos orientados à nos “esforçar para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz”. Mas porque isso? Porque quando recebemos a graça de Deus, quando declaramos que Jesus é o nosso Salvador, passamos a ser filhos de Deus, e, o Pai quer que, assim como o Pai, o Filho e o Espírito são um, os filhos também seja um. E a misericórdia é um dos aspectos que contribui para essa unidade.

         Que possamos, a cada dia, perdoar as dívidas dos nossos irmãos, para que o nosso Pai possa continuar zerando a nossa dívida a cada manhã!

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Enxergando o sofrimento ao redor

         Como temos visto o sofrimento ao nosso redor? Como temos recebido as notícias de tragédias, doenças, epidemias, guerras, fome?
         Jesus em Mateus 24.12 dizia:
“Devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará”.
         Entendo esse esfriamento como um grande menosprezo de nossa parte. Estamos cada dia mais ‘vacinados’ diante das más notícias, desde que elas sejam longe de nós. Quando o jornal diz: “O vírus ebola já matou 100, 200, 300...” A reação é: “hummmm... que triste!” Mas algo até meio superficial. Então o jornal diz: “O vírus ebola chegou no Brasil!” A reação agora é: “Misericórdia Senhor! Socorre-nos!”
         A taxa de mortalidade no nosso país nos preocupa, mas só lutamos para reduzi-la ou para fazer justiça quando acontece algo próximo a nós. O câncer é uma doença terrível, mas só percebemos isso quando algum familiar fica doente. Eu poderia citar vários outros exemplos, mas vou parar por aqui, mas, antes, deixo a seguinte questão: O que será que Jesus diria sobre isso?
         Em Mateus 9 temos um episódio interessante, veja:
“Jesus ia passando por todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando as boas novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças. Ao ver as multidões, teve compaixão delas, porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor. Então disse aos seus discípulos: ‘A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Peçam, pois, ao Senhor da seara que envie trabalhadores para a sua seara’.” Mateus 9.35-38
         Jesus, apesar de saber, não fez questão de lembrar dos motivos ou culpados daquela situação, mas, se compadeceu daquelas pessoas. Provavelmente Ele também não tinha amigos ou parentes dentre aquelas pessoas, mas se compadeceu delas.
         Nesse texto, Jesus nos deixa pelo menos dois ensinamentos, o primeiro é que Ele estava fazendo a Sua parte: “ensinando nas sinagogas, pregando as boas novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças”.
         O segundo ensinamento é a intercessão: “peçam, pois, ao Senhor da seara que envie trabalhadores para a sua seara”.
         Temos também um outro episódio parecido no Antigo Testamento. O nosso personagem agora é Neemias, veja:
“Hanani, um dos meus irmãos, veio de Judá com alguns outros homens, e eu lhes perguntei acerca dos judeus que restaram, os sobreviventes do cativeiro, e também sobre Jerusalém. E eles me responderam: ‘Aqueles que sobreviveram ao cativeiro e estão lá na província, passam por grande sofrimento e humilhação. O muro de Jerusalém foi derrubado, e suas portas foram destruídas pelo fogo’. Quando ouvi essas coisas, sentei-me e chorei. Passei dias lamentando, jejuando e orando ao Deus dos céus.” Neemias 1.2-4
         No texto acima vemos Neemias se compadecer dos israelitas, após isso, ele toma a primeira atitude, interceder: “passei dias lamentando, jejuando e orando”.
Mais à frente, no capítulo 2, versículo 5, vemos ele se dispondo a fazer a sua parte:
“e respondi ao rei: ‘Se for do agrado do rei e se o seu servo puder contar com a benevolência do rei, que ele me deixe ir à cidade de Judá onde meus pais estão enterrados, para que eu possa reconstruí-la’.” Neemias 2.5
         Jesus e Neemias nos trazem o mesmo ensinamento, que devemos nos compadecer daqueles que sofrem ao nosso redor.

Que possamos, em primeiro lugar, orar, interceder pelos que sofrem, e, em segundo lugar, nos dispor para colaborar de alguma forma, pois o verdadeiro sentido do cristianismo é o amor, à Deus e ao próximo.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Combatendo o desperdício de tempo

Quantas vezes fomos trabalhar ou estudar morrendo de sono porque ficamos até tarde assistindo ‘nada’ na TV? Quantas vezes não vemos o tempo passar porque está divertido ver ‘nada’ na internet ou nas redes sociais?
         Às vezes fico pensando sobre quanta coisa eu poderia produzir se tivesse um pouco mais de tempo. Ficar mais tempo perto das pessoas que amo, estudar mais, escrever mais, e então me questiono: Será que não tenho perdido muito tempo com futilidades? Começo a analisar o tempo gasto na frente da televisão, ou com a internet, ou nas redes sociais e percebo que posso melhorar. Não estou dizendo que não devemos fazer nada disso, mas que em tudo devemos buscar equilíbrio, pois é esse equilíbrio que faz com que não sejamos escravizados pelas futilidades. Hoje, muitas pessoas, se ficam sem celular ou sem internet, parece que perdem a razão de viver.
         Pra que serve a televisão? E a internet? E as redes sociais? É fato que hoje a informação chega até nós em tempo recorde por esses meios, mas, além de informar, esses meios também são utilizados para entretenimento, esse que nem sempre é saudável e/ou agradável ao Senhor. Tudo aquilo que, de alguma forma, nos afasta de Deus deve ser revisto. Durante os 7 dias da semana, quantos dias usufruímos da televisão, internet ou redes sociais? Se a resposta não for todos os dias, certamente será quase todos os dias. Faço agora a mesma pergunta levando em conta a nossa vida com Deus: Lemos a bíblia todos os dias? Oramos todos os dias?
“Assim eu lhes digo, e no Senhor insisto, que não vivam mais como os gentios, que vivem na futilidade dos seus pensamentos.” Efésios 4.17
         Quando Paulo fala sobre não viver mais na futilidade dos pensamentos, ele está incentivando os cristãos de Éfeso a amadurecem espiritualmente, dizendo que viver na futilidade dos pensamentos é coisa do passado, coisa do velho homem. O novo homem deve buscar maturidade e entendimento para fugir das futilidades, para ser semelhante à Deus.
“Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade.” Efésios 4.22-24
         O texto acima nos deixa claro também que a maturidade e o entendimento que produzem o novo homem, que faz dEle um ser semelhante a Deus são provenientes da verdade. Voltando aos versículos 14 e 15 de Efésios 4, vemos que o propósito de Deus é o nosso amadurecimento através da verdade, ou seja, da palavra de Deus, pois é através desse amadurecimento que deixaremos de ser escravos da futilidade para sermos livres em Jesus (Rm 8.36).
“O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo o vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.” Efésios 4.14,15
         Concluímos então que, ao buscar entendimento através da palavra, alcançaremos maturidade, cumprindo o propósito do Senhor, tendo também, equilíbrio para não desperdiçar o nosso tempo com futilidades, desfrutando assim, da boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
“Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12.2
         Que o Senhor nos ajude a ter equilíbrio na organização do nosso tempo!

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Você é filho(a)

“Então uma voz dos céus disse: ‘Este é o meu Filho amado, em quem me agrado’” (Mt 3.17). Deve ter sido uma cena incrível, não acha? Uma voz vindo dos céus. Como é bom ouvir que somos amados!
Imagine ouvir isso de quem conhece todos os seus defeitos, até aqueles mais ocultos. Não estou dizendo que Jesus tinha defeitos, mas estou falando que nós temos, e que, mesmo assim, Deus nos ama e esse é o objetivo do texto de hoje, te lembrar que você é também um filho amado de Deus.
No texto de Mateus 3, o Filho amado é Jesus, mas, no último texto chamado ‘Toma que é de graça’, falamos sobre graça, e vimos que, através dela, deixamos de ser estrangeiros, separados de Deus, e nos tornamos filhos, ou seja, Jesus se torna o nosso irmão mais velho. Deus, o nosso Pai, nos ama, e Ele se preocupou conosco muito antes do nosso nascimento. Veja o que diz Davi no Salmo 139:
“tu me viste antes de eu ter nascido. Os dias que me deste para viver foram todos escritos no teu livro quando ainda nenhum deles existia”. Salmo 139.16
         O escritor Rick Warren no livro ‘Uma vida com propósitos’ afirma: “Você não é um acidente. Seus pais podem não tê-lo planejado, mas Deus certamente o fez”.
         O nosso Pai celestial te viu antes de te criar, pois foi Ele quem planejou o seu nascimento.         E Ele nos criou para sermos seus filhos, e o apóstolo Paulo na carta aos Efésios vai ainda mais longe quando fala de quando o Senhor nos escolheu. Veja:
“Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo”. Efésios 1.4
Diante do que escreveu Davi, Paulo e também Rick Warren, temos uma certeza, de que o amor de Deus vai muito além do nosso nascimento, vai além até da fundação do mundo. E, considerando que Ele entregou o seu filho para morrer por mim e por você na cruz, também temos ideia do quão forte é esse amor, pois, Deus entregou o seu Filho amado, o que Ele tinha de mais valioso, para que nós também pudéssemos ser filhos.
Muitas das vezes ignoramos esse amor, e não nos sentimos filhos. Pergunto, será que isso é problema de Deus? Será que ainda há algo que Ele precisa fazer? Acho que não! Se em algum momento não nos sentimos filhos é porque nós escolhemos ficar distantes do Pai. Veja o que diz Tiago 4.8:
“Aproximem-se de Deus, e ele se aproximará de vocês!”
O Pai já deu um passo à frente para nos receber, mas o que acontece é que, muitas das vezes, insistimos em nos distanciar. Lembram da história do filho pródigo? Ele tinha tudo em casa, mas achava que não, parecia que lhe faltava algo. Mas o algo que ele procurava estava dentro de sua própria casa, o algo que lhe faltava ele encontrou quando se aproximou do Pai.
Talvez você esteja precisando de um colo, ou de palavras de consolo, ou qualquer outra coisa, saiba que você tem um Pai que te ama e que se preocupa com você muito antes do seu nascimento e que ninguém melhor que Ele pra te entender, compreender e te ajudar.
Para concluir, deixo as seguintes palavras de Jesus:
“Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem!” Mateus 7.11

Que possamos a cada dia desfrutar do amor e de tudo que o nosso Pai pode nos dar!

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Toma que é de graça

“Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie”. Efésios 2.8, 9
         Lembro-me quando o Facebook chegou no Brasil. Não era qualquer um que poderia ter uma conta, pois era necessário um convite. Daí, quando seu amigo lhe enviava o convite, você recebia um e-mail com o título: “Um convite especial”. Hoje quero lhe fazer um convite especial, não que eu tenha algo interessante pra te dar, mas, quem me inspirou a escrever esse texto tem, estou falando de Deus e a sua infinita graça. Como assim? Um dia, alguém que não tinha nada a ver com uma grande dívida nossa, originada pelo pecado, cuja pena é a morte (Rm 6.23), resolveu pagar tudo, e o mais interessante, de graça. Ele sabia que nunca conseguiríamos pagar, que, na maioria das vezes, seríamos ingratos, mas fez assim mesmo. No início do capítulo 2 de Efésios, o apóstolo Paulo diz algumas coisas sobre a nossa situação antes disso acontecer, antes da graça.
Primeiro ele diz que, por causa do pecado, estávamos mortos. Morte não é bom, é? Ele continua nos versículos 11 e 12, dizendo que éramos gentios por nascimento, separados do povo de Israel, estrangeiros. Muito antes da vinda de Jesus, existia a lei e essa era exclusiva dos israelitas, por isso o termo ‘separados do povo de Israel’. Se a lei era restrita à eles, a salvação também, mas “Jesus veio para todo aquele que nEle crê”, ou seja, isso vai além de povo, nação, raça, religião.
         Se o pecado veio para nos trazer morte, condenação, a graça veio para nos trazer vida. “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5.21). No versículo 5 de Efésios 2, Paulo afirma que o Senhor “nos deu vida juntamente com Cristo”. Depois, no versículo 6, ele afirma novamente: “Deus nos ressuscitou com Cristo”. E que vida é essa que o apóstolo está falando? Ainda no versículo 6 nós temos a resposta: “ele nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus”. Se os lugares são celestiais, a vida certamente é a vida que teremos no céu.
         Se o pecado nos afasta de Deus, a graça nos une.  Veja o que diz o versículo 13:
“Mas agora, em Cristo Jesus, vocês, que antes estavam longe, foram aproximados mediante o sangue de Cristo”.
         Ela nos une o bastante para nos tornar um só corpo (Ef 2.16). Não somos mais estrangeiros, mas somos agora membros da família de Deus (Ef 2.19). Tanto os judeus, como os gentios, nós, pertencemos agora à mesma família (Ef 2.14). Nos tornamos santuário santo no Senhor (Ef 2.21), casa de Deus (Ef 2.22).
         Então, passamos de mortos para vivos, de separados para corpo de Cristo, de estrangeiros para família. Percebe a dimensão dessa obra?
Alguém pode nos fazer um favor por obrigação, por prazer, porque acha certo ou simplesmente porque quis fazer. Mas o que dizer do maior favor que Alguém fez por nós? Porque Deus foi tão bom conosco? A Sua bondade é um dos motivos. Como diz algumas canções que costumamos cantar nas igrejas e também um personagem do filme ‘Deus não está morto’: “Deus é bom, o tempo todo, o tempo todo, Deus é bom”. No versículo 7 de Efésios 2 confirmamos isso, pois ele fala que a graça do Senhor é a demonstração da Sua bondade para conosco. Os versículos 4 e 5 também falam das características do Senhor e do motivo da sua graça. O texto diz que Deus é rico em misericórdia, e que nos amou de tal maneira, de uma forma tão grande, tão profunda, que deu-nos a vida através da morte do Seu Filho.
         A graça existe porque não conseguiríamos ser salvos pelos nossos próprios méritos, então Deus resolver sacrificar o Seu Filho para nos dar a vida, nos fazer também filhos, herdeiros dos céus.
         Agora que já entendemos o que mudou em nossas vidas através da graça, agora que entendemos o porquê da graça, eu ainda questiono: Como é então que eu me usufruo da graça? Como é que eu entro no time dos vivos, dos filhos, dos pertencentes ao corpo? O que eu tenho que fazer? O versículo chave que lemos no início responde essas perguntas. Eu usufruo da graça não é sendo santo, não é através de obras, mas através da fé. E como é que alcançamos ou produzimos essa fé? Em Romanos 10.17 está escrito que a fé vem pelo ouvir. A partir do momento que ouvimos a palavra de Deus, o Espírito Santo trabalha em nossos corações produzindo essa fé, ou seja, a obra é toda dEle.

         Espero que aceite o presente, que o Espírito Santo produza essa fé no seu coração e que você desfrute da graça do Senhor!

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Motivações

Estudando um pouco sobre os heróis da fé, grandes homens que contribuíram para o cristianismo, me deparo com George Whitefield e me sinto extremamente admirado com seu currículo. O príncipe da pregação ao ar livre, como ficou conhecido, chegou a pregar para 100 mil pessoas, e olha que naquela época não havia, tv, facebook, whatsapp, outdoor, ou qualquer outro meio de divulgação. As pessoas se dirigiam a pé, ou a cavalo, às vezes andavam dezenas de quilômetros para vê-lo pregar. Na sua biografia diz ainda que durante 28 dias, ele pregou diariamente para cerca de 10 mil pessoas. Pregava em média de 10 sermões por semana e fez isso durante 34 anos. Calcula-se que em toda sua vida pregou cerca de 18 mil sermões. Ainda na reunião dos 100 mil, em Cambuslang, Escócia, 10 mil pessoas atenderam ao apelo para se entregarem ao Salvador.
         Mas o que mais me chama a atenção na vida de George Whitefield não são os números de sermões ou das multidões que ele pregou, mas a sua motivação e compromisso. Talvez você esteja curioso pra saber, onde enxerguei a motivação de George, então permita-me esclarecer. Alguém que atraiu tanta gente poderia muito bem se beneficiar da sua popularidade para viver bem, ter conforto, dinheiro, etc, mas não é isso que a história nos conta. Ele não abriu sua própria denominação, não que isso seja errado, também não fazia exigências pessoais para estar em algum lugar, mas tinha fome e sede de simplicidade e sinceridade divina conforme relata Orlando Boyer no livro Heróis da Fé.
         Outras atitudes que comprovam que George estava muito mais interessado em cumprir o seu chamado do que qualquer outra coisa são quando ele supera a rejeição, como as vezes que ele pregou no campo porque as igrejas não queriam recebe-lo, hotéis também se recusaram a recebe-lo como hóspede. Também quando ele supera a perseguição, pois, certa vez, foi ameaçado de prisão antes de pregar, mas pregou assim mesmo, e, várias vezes, foi apedrejado, uma vez até pensou que iria morrer como Estevão. O que dizer então das vezes que ele pregou enfermo? Alguém que passa por tudo isso, só continua no ministério, só continua produzindo, entendendo que a graça do Senhor nos basta conforme relatou Paulo em 1 Coríntios 12.
Outro fato interessante na vida de George, foi que ele não queria perder tempo com futilidades ou buscando glória para si, por isso, dividia o dia em três partes: 8 horas sozinho com Deus e os estudos, 8 horas para dormir e as refeições e 8 horas para o trabalho entre o povo. E é nessas horas que me pergunto: Será que tenho dedicado 8 horas da minha semana, ou quem sabe, do meu mês, pra Deus? A administração do nosso tempo reflete as nossas motivações, objetivos, logo, se procuramos passar o tempo com Deus, estamos motivados em tê-lo em nossos planos.
         Falando um pouco do hoje, infelizmente, nos dias atuais, muitas pessoas enxergam o ministério, a igreja, como uma forma de se dar bem, ganhar dinheiro, ficar famoso, etc. E por estarem com motivações erradas, acabam se perdendo e fazendo com que os outros se percam. Esses terão que prestar contas à Deus no julgamento final.
O apóstolo Paulo foi, sem dúvida alguma, quem mais pregou, que mais escreveu e que mais sofreu na igreja primitiva, mas, o que ele ganhou com isso? Que glória ele teve? No final de sua vida ele morou de aluguel (At 28.30), ou seja, dinheiro ele não ganhou, e a fama e a glória que ele procurou ter, foi apenas uma:
“Quanto a mim, que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo”. Gálatas 6.14
         A única glória de Paulo era na cruz de Cristo, pois foi nela que deixamos de ser condenados para se tornar herdeiros dos céus.
         Não cabe a mim ou a você julgar a motivação de pastores e líderes religiosos dos nossos dias, pois isso é algo muito pessoal, entre cada um e Deus, mas, cabe a nós, analisar a nossa motivação, não só em ter um ministério, mas em viver. Assim como os apóstolos, como Paulo, e também os grandes heróis da fé, como George Whitefield, que possamos viver não para nós mesmos, para Deus, pois Ele deve ser a nossa motivação!
“Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim”. Gálatas 2.20

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

De braços cruzados não dá

         Para nossa meditação de hoje, Provérbios 24.11 e 12:
“Liberte os que estão sendo levados para a morte; socorram os que caminham trêmulos para a matança! Mesmo que você diga: ‘Não sabíamos o que estava acontecendo!’ Não o perceberia aquele que pesa os corações? Não saberia aquele que preserva a sua vida? Não retribuirá ele a cada um segundo o seu procedimento?”
         Um dia enquanto voltava da panificadora, passei por uma senhora, ela olhou pra mim como se dissesse: Hey mané, me ajuda a atravessar a rua. Eu pensei que era coisa da minha cabeça e então prossegui andando, quando olho pra trás aquela senhora está atravessando a rua e quase é atropelada. Confesso que orei numa intensidade muito grande naquela hora e fiquei muito feliz quando aquela ela terminou de atravessar a rua. Algum tempo depois, veio um questionamento ao meu coração: Já parou pra pensar quantas pessoas estão sendo atropeladas pelo pecado por ninguém ter ajudado elas a atravessarem as ruas da vida?
         A cada dia as pessoas têm procurado se tornar mais independentes, e, muitas das vezes, isso faz de nós pessoas egocêntricas, insensíveis. O lema talvez seja: Cada um com os seus problemas. Porém, não foi esse o mandamento deixado por Jesus e sim “amai o próximo como a si mesmo”. Será que amar o próximo como nós mesmos seria deixa-lo sofrer quando eu posso ajudar?
         Muitos têm se esquivado dessa responsabilidade, de ajudar os outros, alegando ter problemas demais para ajudar alguém. Tiago, em sua carta, no primeiro capítulo, afirma que devemos nos alegrar pelas provações, pois elas servem pra produzir perseverança, e a perseverança, por sua vez, produz maturidade, experiência. No versículo 12, ele então traz a conclusão:
“Feliz é o homem que persevera na provação, porque depois de aprovado receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que o amam”.
         Tenho certeza que tanto a perseverança quanto a experiência não devem ser guardadas só pra nós, mas, pelo contrário, as experiências passadas e vencidas servem para que tenhamos bagagem suficiente para ajudar o nosso próximo.
Sabemos que a nossa salvação não está ligada a obras, pois somos salvos pela graça, mediante a fé. Mas Tiago no capítulo 2, versículo 17 diz o seguinte:
“Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta”.
         O que Tiago está dizendo no capítulo 2 inteiro é bem simples, as obras não nos garantem salvação, mas refletem a nossa fé, ou seja, não somos salvos pelas obras, mas porque somos salvos é que as apresentamos.
         Para concluir, voltemos ao versículo 12 de Provérbios 24 onde diz: “Não perceberia aquele que pesa os corações?”. Quando permanecemos de braços cruzados mediante à situações que, como cristãos, como sal e luz, deveríamos agir, aquele que pesa os corações, o nosso Deus, certamente nos verá com olhos de reprovação. Ou seja, não adiantou de nada, ser aprovado durante as nossas provações, se na provação do nosso próximo, hesitamos em agir.
         Que o Senhor te conduza à descruzar os braços e ser bênção na vida daqueles que te cercam!

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Você é influenciado ou influenciador?

         Estamos em período eleitoral, e, talvez, nessa época, as influências contam mais do que em qualquer outro período. Muita gente vota em determinados candidatos influenciados por líderes, pais, amigos, etc. Muitas parcerias políticas também são feitas e desfeitas devido à influências. Mas isso não acontece só na política, mas também no comércio, nos estudos, enfim, em todo lugar. Mas qual deve ser a postura do cristão? Influenciar ou ser influenciado?
         No Antigo Testamento, um dos homens mais notáveis na bíblia é Samuel. Ele e Davi foram os que mais se aproximaram de Jesus em nível de atividades ministeriais. Jesus, enquanto esteve na terra acumulou as atividades de Rei, Sacerdote e Profeta. Davi foi rei e sacerdote, e Samuel foi sacerdote e profeta.
         Alguém tão importante assim provavelmente foi criado em um lugar especial e teve boas influências, certo? Errado! Samuel até foi criado em um lugar especial, na casa do Senhor, em meios aos sacerdotes, sob a direção do sacerdote Eli. Mas, as influências não eram as melhores conforme descrito em 1 Samuel 2.12:
“Os filhos de Eli eram ímpios, não se importavam com o Senhor”.
         Mas no mesmo capítulo 2 vemos que essas influências não afetavam o comportamento de Samuel, veja:
“E o menino Samuel continuava a crescer, sendo cada vez mais estimado pelo Senhor e pelo povo”. 1 Samuel 2.26
         Samuel convivia com os filhos de Eli, ou seja, ele tinha más influências, más companhias, mas, isso não fez de Samuel um menino mal, um homem ímpio. Provavelmente Samuel olhava os filhos de Eli como um exemplo a não ser seguido, e creio que, aqueles que procuram atender ao chamado à glorificar à Deus devem agir da mesma forma, não sendo influenciados pelo ambiente, mas sim um influenciador. Samuel foi um influenciador em sua geração, veja:
“E Samuel disse a toda a nação de Israel: ‘Se vocês querem voltar-se para o Senhor de todo o coração, livrem-se então dos deuses estrangeiros e dos postes sagrados, consagrem-se ao Senhor e prestem culto somente a ele, e ele os libertará das mãos dos filisteus’. Assim, os israelitas se livraram dos baalins e dos postes sagrados e começaram a prestar culto somente ao Senhor”. 1 Samuel 7.3, 4
         Jesus, disse que somos luz do mundo e sal da terra (Mt 5.13, 14). Isso quer dizer que estamos no mundo, não para sermos meros coadjuvantes, mas para salgar, para brilhar em meios as trevas, para fazer a diferença. E para fazer a diferença não podemos ser influenciados pelo mal, pelo pecado, mas pelo contrário, devemos influenciar os que estão ao nosso redor a se livrar do pecado, a agradar à Deus. Ou seja, ao invés de ser consumido pelas trevas, devemos refletir a luz do Senhor para que as trevas sejam ofuscadas e o nome do Senhor seja glorificado.
         Que você seja um Samuel na vida daqueles que te cercam!

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Vale a pena ser ‘certinho’?

Conheço muitos casos de pessoas que desanimaram na caminhada cristã. Alguns dizem que cansaram de ser ‘certinhos’. Muitas vezes isso acontece devido a alguma decepção ou devido à uma provação onde eles invejaram alguém que parecia não ser tão certinho. O que fazem as pessoas tomarem essa decisão é o fato de que a vida do ímpio parece ser menos dolorosa ou mais prazerosa que a do justo, logo se torna mais atrativo não ter uma vida tão ‘certinha’. Veja o que escreveu Asafe:
“Quanto a mim, os meus pés quase tropeçaram; por pouco não escorreguei. Pois tive inveja dos arrogantes quando vi a prosperidade desses ímpios. Eles não passam por sofrimento e têm o corpo saudável e forte. Estão livres dos fardos de todos; não são atingidos por doenças como os outros homens”. Salmos 73.2-5 NVI
         Certo dia, conversando com um amigo que estava afastado da igreja ouvi coisas semelhantes. Ele pensava: Porque enquanto eu procurava me comportar como justo, considerando os princípios bíblicos eu sofria e agora que ignoro boa parte desses princípios eu me sinto confortável? Será que vale a pena voltar a sofrer?
         A revolta do salmista também não ficou só nos pensamentos, veja os versículos seguintes:
“Quando o meu coração estava amargurado e no íntimo eu sentia inveja, agi como insensato e ignorante; minha atitude para contigo era a de um animal irracional”. Salmo 73.21,22 NVI
         Os pensamentos de Asafe se concretizaram em atitudes insensatas, ignorantes, irresponsáveis, irracionais. Mas porque isso tudo? Ele conhecia a verdade, conhecia à Deus, mas decidiu não agir como quem O conhece, exatamente como esse meu amigo.
         Quando lemos o Salmo 73, o que nos alegra é saber que a crise existencial de Asafe já era coisa do passado, ou seja, ele já havia superado. Confirmamos isso através dos verbos ‘tive’, ‘sentia’, ‘agi’ e também das combinações ‘quase tropeçaram’ e ‘por pouco não escorreguei’.
O salmista teve um momento em que ele pensou não valer à pena andar segundo à verdade, a bíblia, ou melhor, como ele próprio disse, houve um tempo em que ele nem pensava, pois se comportava como um animal irracional, mas no fim do seu salmo, vemos que ele chegou a uma conclusão diferente, veja:
“Contudo, sempre estou contigo; tomas a minha mão direita e me susténs. Tu me diriges com o teu conselho, e depois me receberás com honras. A quem tenho nos céus senão a ti? E na terra, nada mais desejo além de estar junto a ti. O meu corpo e o meu coração poderão fraquejar, mas Deus é a força do meu coração e a minha herança para sempre. Os que te abandonam sem dúvida perecerão; tu destróis todos os infiéis. Mas, para mim bom é estar perto de Deus; fiz do Soberano Senhor o meu refúgio; proclamei todos os teus feitos”. Salmo 73.23-28
         Asafe refletiu sobre sua condição e então lembrou-se que o Senhor o dirigia não para uma vida miserável, mas para uma vida com honras. Então ele percebeu que até o seu sofrimento fazia parte dos planos de Deus e que a vida com honras no céu era eterna, enquanto a vida de sofrimento na terra é passageira, momentânea, conforme escreveu Paulo em 2 Coríntios 4.16.
Ele lembrou que aqueles que abandonam à Deus certamente perecerão, mas os que permanecerem fiéis serão sustentados pela Sua força, encontrarão refúgio nEle e receberão a Sua herança, a eternidade na glória.

         Que a nossa fé em Deus possa superar qualquer crise existencial! Lembremos que Ele é o nosso refúgio, a força do nosso coração e a nossa herança. Bom é estar perto dEle!

terça-feira, 26 de agosto de 2014

A teoria do santo de casa

         Quem nunca ouviu o ditado “Santo de casa não faz milagre”? Interessante como o próprio Jesus falou algo parecido. Veja o que Ele disse em Lucas 4.24-27:
“Continuou ele: ‘Digo a verdade: Nenhum profeta é aceito em sua terra. Asseguro a vocês que havia muitas viúvas em Israel no tempo de Elias, quando o céu foi fechado por três anos e meio e houve uma grande fome em toda a terra. Contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, senão a uma viúva de Sarepta, na região de Sidom. Também havia muitos leprosos em Israel no tempo de Eliseu, o profeta; todavia, nenhum deles foi purificado – somente Naamã, o sírio’.”
         Pra quem não conhece o contexto, Jesus estava em Nazaré, ou seja, na cidade onde ele foi criado, onde ele teve a oportunidade de falar na sinagoga. E pra quem não sabe quem foi Elias e Eliseu, tratam-se de dois dos profetas que mais foram usados em milagres no Antigo Testamento.
         Agora, entrando na parte de argumentação, convido você a pensar comigo: Porque será que Jesus não quis curar ninguém ou fazer algum milagre em Nazaré como aconteceu em outros lugares, como em Cafarnaum, por exemplo? Por causa da desconfiança dos seus conterrâneos.
         É difícil imaginar que alguém que um dia jogou bola com a gente na rua, ou alguém que se assenta ou se assentou à mesa conosco tem ‘poder’ pra fazer alguma coisa assim, não é mesmo? Por que será? Porque sabemos que trata-se de um ser humano, e talvez, conhecemos suas limitações, pecados, etc.
         Mas quando vem um ‘profeta’ de fora é mais fácil crer que Ele possa fazer algo por nós. Será que é assim? Tomara que não. Pois posso afirmar que nem santo de casa, nem santo de fora faz algum milagre. Como assim Eberson? Vejamos o versículo abaixo, Atos 19.11:
“Deus fazia milagres extraordinários por meio de Paulo”
         Você vê algum homem fazendo alguma coisa? Não! O Único Santo capaz de curar, fazer milagres, etc chama-se Espírito Santo. Em toda a bíblia, quando vemos curas, milagres, não existe poder nenhum vindo do homem, ou seja, os profetas, os apóstolos foram apenas instrumentos nas mãos de Deus.
         Da mesma forma, Jesus disse em João 14.12, que, se crermos, faremos coisas tão grandes como as que ele fez, e até maiores. E no versículo 13 ele complementa: “o que pedirem em meu nome, para que o Pai seja glorificado no Filho”. Eis aí o segredo que Paulo também comenta em 2 Coríntios 4.7:
“Mas temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que o poder que a tudo excede provém de Deus, e não de nós.”
         Paulo diz de forma clara, que, nós somos vasos de barro, ou seja, não temos valor ou poder pra fazer algo, podemos até ser quebrados por causa do pecado, mas o que tem dentro de nós é sim o maior dos tesouros, é o Espírito Santo que, como terceira pessoa da Trindade, pode todas as coisas.
         Concluindo, o Santo que faz milagres é mais de casa que se imagina, pois Ele mora dentro de mim e de você.
         Que você seja instrumento de Deus na vida dos que estão ao seu redor, para que o nome dEle seja glorificado!

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

No posto Ipiranga?

        Quem nunca viu um comercial do posto Ipiranga? No mais popular, o da imagem ao lado, o posto Ipiranga é a solução de todos os problemas. Afinal, lá você abastece, se alimenta, faz serviços de banco e por ai vai.
         Mas o que poucos sabem ou aceitam é que a história do posto Ipiranga não existe só na ficção. Muitos perguntam: Como educar filhos? Como administrar minhas finanças? Como alcançar a verdadeira paz? Como entender a criação?
         A resposta é a mesma para todas essas perguntas: Vai na bíblia!
        Antes de me chamar de exagerado, veja o que diz o apóstolo Paulo em sua segunda carta à Timóteo, capítulo 3, versículos 16 e 17:
“Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra”.
         Particularmente, não consigo ver esses versículos e entender que Paulo está falando apenas do ministério pastoral, sendo esse o motivo da carta, instruir um jovem pastor. O que mais me dá essa convicção são as palavras ‘toda’, ‘instrução na justiça’ e ‘toda boa obra’.
         Se toda a escritura serve para nos preparar para toda boa obra, entendo que vida familiar, profissional e acadêmica e todos os demais aspectos da nossa vida estão nesse contexto. Então vamos à algumas evidências.
         A criação talvez seja um dos assuntos mais polêmicos quando falamos de bíblia como verdade absoluta. No livro “Pense Biblicamente” de John Macarthur temos inúmeros argumentos comprovando que é muito mais lógico e normal acreditar na teoria criacionista, conforme a bíblia, do que na teoria evolucionista. Como referencial brasileiro, temos também o Prof. Adauto Lourenço. Como não costumo aprofundar nos textos desse blog, até pra leitura não ser cansativa, deixo uma comparativo interessante de Macarthur para concluir o assunto:
“O filósofo evolucionista Herbert Spencer, um dos defensores mais recentes e entusiastas de Darwin, esboçou cinco ideias científicas fundamentais: tempo, força, ação, espaço e matéria.
Mas Gênesis 1.1 considera todas as categorias de Spencer: ‘No princípio’ – isto é tempo. ‘Deus’ – isto é força. ‘Criou’ – isto é ação. ‘Os céus’ – isto é espaço. ‘E a terra’ – isto é matéria.”
         Viu como na bíblia podemos encontrar até as ideias científicas fundamentais?
         Outro assunto que costuma ser polêmico quando se fala de fé cristã é o sofrimento. Porque existe o sofrimento? Deus não é bom? Então, veja o que Paulo diz em Romanos 8.19,20 e 22:
 “A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados. Pois ela foi submetida à futilidade, não pela sua própria escolha, mas por causa da vontade daquele que a sujeitou.
Sabemos que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto”.
         O último versículo indica sofrimento. Em outras palavras e, analisando o capítulo 8 como um todo, Paulo está nos dizendo que se sofremos até hoje, é porque um dia o pecado entrou no mundo. E essa é a ‘herança’ que herdamos, o sofrimento. Vale enfatizar que no versículo diz que ‘toda natureza criada geme’, ou seja, todos sofrem, afinal, todos pecaram (Rm 3.23).
         Demos apenas dois exemplos de como a bíblia, a palavra de Deus, é rica em instrução. Poderíamos aprofundar nesses exemplos ou falar de outros assuntos como família, amizade, trabalho, lei, história, geografia, engenharia, música, dentre uma infinidade de temas.
         Podemos concluir, sem pestanejar, que realmente a bíblia é sim o guia que nos leva à quem resolveu o nosso maior problema, que era a condenação eterna, e que pretende nos tirar de todo o sofrimento por toda a eternidade.
         Que esse manual, a bíblia, te guie a Quem realmente pode fazer e fez algo por você, Jesus!
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