terça-feira, 23 de junho de 2015

A guerra é contra quem?

         Já a alguns dias tenho refletido sobre as ‘guerras’ que estão acontecendo nos dias de hoje. Não estou falando das guerras que acontecem no Oriente Médio ou na África, mas sim das guerras que estão acontecendo no Brasil. Também não estou falando das guerras que acontecem nas favelas do Rio de Janeiro ou de qualquer outro lugar no Brasil, ou seja, não estou falando de guerras onde as armas utilizadas são pistola, metralhadora, ou qualquer outra arma de fogo, estou falando das guerras cujo campo de batalha é a TV, o rádio, e principalmente as redes sociais e as armas utilizadas são as palavras digitadas ou verbalizadas.
         Philip Yancey no livro ‘Maravilhosa graça’ cita: “Mark Twain costumava dizer que havia colocado um cachorro e um gato juntos em uma gaiola como uma experiência para ver como eles conviveriam. Eles conviveram, então ele colocou um pássaro, um porco, uma cabra. Eles também se deram bem depois de alguns poucos ajustes. Então ele colocou um batista, um presbiteriano e um católico: logo não sobrou nenhum”.
         Antes que digam que estou favorecendo ou desconsiderando os assembleianos na ilustração acima, quero dizer que estou apenas copiando o texto do livro, que foi escrito por um autor que mora onde não é comum haver assembleianos.
         Prosseguindo, posso afirmar que nos dias de hoje não tem sido muito diferente. Ao invés de se unirem por terem o tudo, Jesus Cristo, em comum, os cristãos debatem entre si por causa das diferenças. Mas o que mais chama a atenção é que, além disso, agora os cristãos estão procurando ‘confusão’ fora da igreja. Estão taxando pessoas como adversárias, esquecendo-se que quem tem nome de adversário é Satanás, cujo nome traduzido do grego é adversário.
         O apóstolo Paulo na carta aos Efésios aborda:
“pois a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais”. Efésios 6.12
         Olhando pra Jesus não consigo vê-lo tratar ninguém que não seja Satanás, como adversário. Várias vezes Ele foi questionado, reprendeu a muitos, mas ao contrário do que muitos pensaram, ele não veio promover guerras ou divisões, mas sim anunciar as boas novas, propagar a paz e o amor. Quando se encontrava com um pecador, não fazia de conta que não via os seus pecados, mas demonstrava amor e compaixão acima de tudo. A mulher samaritana que nos diga (Jo 4), o paralítico que estava no tanque de Betesda (Jo 5), a mulher adúltera (Jo 8) e tantos outros. E em todos esses encontros, Ele dizia: “Vai e não peques mais”.
         Essa era a guerra que Jesus era a favor, a guerra contra o pecado, não contra o pecador. Compreende a diferença? O adversário das nossas guerras não deve ser as pessoas que pensam diferente de nós, de outras religiões, ou que possuem alguma coisa contra nós ou nossa crença. A guerra é particular. John Piper diz que a guerra é contra o nosso próprio ego e tudo em nós que nos deixa em paz com o pecado. E ele diz ainda algo mais profundo, que nos faz pelo menos refletir, que quero destacar:
“Ninguém vai ao inferno por causa de Satanás. A única razão para irmos para inferno é o pecado. Muito mais importante do que combater Satanás é lutar contra o pecado”.
         A guerra que Jesus Cristo nos propõe é contra nós mesmos, contra a nossa própria vontade de pecar. Só vencendo essa guerra é que viveremos de fato (Rm 8.13).
Agora, se o adversário na guerra sou eu mesmo, quem é o meu próximo? Aquele a quem eu devo amor. Pois é isso que Jesus nos ensina. Portanto, nos apeguemos a tudo o que Ele nos ensina através da sua palavra para assim vencermos as batalhas do dia a dia, a guerra em que estamos inseridos, visando receber a coroa da vida (Ap 2.10).

         Que Deus lhe abençoe!

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Para os pombinhos no dia dos namorados

         É verdade que a bíblia não fala sobre namoro, mas quando o assunto não é tratado de forma direta, recorremos aos princípios bíblicos para entender qual é a vontade de Deus.
         Hoje gostaria de convidar você que namora a fazer um balanço do seu relacionamento e também dar alguns conselhos para esse dia tão especial. Começo com a seguinte pergunta: Deus tem sido glorificado em seu namoro? O apóstolo Paulo em 1 Coríntios 10.31 aborda:
“Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus”.
         Com certeza namorar está inserido quando Paulo diz “façam qualquer outra coisa”, diante disso reforço a pergunta: Você tem glorificado a Deus no seu namoro?
         Glorificar a Deus no namoro é, em primeiro lugar, entender que o namoro não é um passatempo, mas algo que que tem por objetivo levar ao casamento, ou seja, é a fase onde duas pessoas se conhecem e então concluem se poderão dar os próximos passos, noivado e casamento.
         Apesar de ser uma fase de conhecimento, existem limites de acordo com o que a bíblia no ensina. Por isso é necessário estar atento ao princípio que Jesus ensinou aos discípulos:
“Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O Espírito está pronto, mas a carne é fraca”. Mateus 26.41
         Uma pesquisa feita a mais de 10 anos atrás revelou que mais de 50% dos jovens cristãos criados na igreja fizeram sexo antes do casamento. Sinceramente não creio que esse número tenha baixado. Acho que não preciso dizer que sexo antes do casamento é pecado, mas pra reforçar isso com referência bíblica, deixo como sugestão de leitura o texto de 1 Coríntios 7, onde Paulo aborda que o sexo é algo para ser desfrutado no casamento entre marido e mulher, o que passar disso é imoralidade sexual, e sobre isso vemos em vários outros textos, como por exemplo, 1 Tessalonicenses 4.3:
“A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual”.
         Para ficar bem claro, não haver dúvidas, quero citar alguns exemplos de imoralidade sexual, como: masturbação, ‘joguinhos sensuais’, fornicação, excesso de carícias no namoro. Acho que já deu pra entender né?
Sei que o assunto é meio batido, mas eu não poderia deixar de falar sobre isso. Não há como glorificar a Deus no namoro e estar envolvido com imoralidade sexual, então, se isso existe no seu namoro, essa é uma ótima oportunidade para mudar essa situação. Em 1 João 1.9 está escrito:
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda a injustiça”.
         Servimos a um Deus misericordioso e que está disposto a perdoar aqueles que se arrependem e confessem. Mas o versículo também fala que Deus é justo, ou seja, Ele perdoa os nossos pecados esperando que mudemos de atitudes.
         Preciso lembrar também que a vigilância não se trata apenas na área sexual. Um outro grande princípio bíblico que conhecemos está em Efésios 6, onde vemos que devemos aos nossos pais obediência e honra. Muitos pais abrem exceções no dia dos namorados. Alguns não deixam os filhos saírem sozinhos com namorado(a) mas abrem a exceção no dia dos namorados, outros dão uma tolerância maior no quesito horário de chegar em casa. Nesses casos e em vários outros que não citei é preciso lembrar que não podemos confundir liberdade com libertinagem, ou seja, devemos honrar e obedecer os nossos pais na presença ou na ausência deles.
         Por fim, deixo apenas um último conselho, agora voltado para área financeira. Não faça loucuras! É legal comprar um presente especial e sair pra jantar fora, mas tudo deve ser feito de acordo com a nossa capacidade. Em Romanos 13.8 diz que a única dívida que devemos ter é a de amar uns aos outros, e se tratando de namorados, isso não é problema, não é mesmo?

         Que Deus abençoe a sua vida afetiva e que o nome dEle seja glorificado em seu relacionamento!

terça-feira, 9 de junho de 2015

Sozinho(a) no dia dos namorados

         Na próxima sexta-feira muita gente vai comemorar o dia dos namorados. Muita gente, mas nem todos, não é mesmo? Devido ao trabalho e a convivência com jovens dentro e fora da igreja, todos os anos escuto algumas frases melancólicas daqueles que não estão namorando quando essa data se aproxima, sendo na maioria das vezes de mulheres. Frases como:
- Mais um dia dos namorados sozinho(a)!
- Toda as minhas amigas lá aproveitando e eu em casa.
- Queria ter um amor pra chamar de meu.
         Alguns ainda fazem um jogo duro e dizem: “Pelo menos não tenho que gastar com presente, jantar, etc”. Mas é visível que eles não se importariam nem um pouco em gastar.
         Mas o que será que faz com que muitas pessoas fiquem meio ou bastante deprê nessa data? O Pr Nelson Júnior diz que isso é pressão da sociedade, pois, até nos aniversários de criança as pessoas cantam: “Vai depender se alguém vai te querer”. E quem nunca esteve solteiro em uma reunião de família que não ouviu de algum parente: “E as namoradas? Como andam?”. Esse tipo de coisa faz com que as pessoas só se sintam completas quando estiverem namorando, e não é o que a bíblia nos fala.
         Pesquisando sobre o tema, em praticamente todos os textos que li, e foram muitos, consta o versículo abaixo:
“Tudo tem o seu tempo determinado, e há um tempo para todo o propósito debaixo do céu”. Eclesiastes 3.1
         Mas acho que isso não é só questão de tempo. Refletindo um pouco mais sobre o assunto, concluí que o fato de alguém não estar namorando, não faz dela alguém incompleta. O escritor Fiódor Dostoiévski disse: “Existe no homem um vazio do tamanho de Deus”. Isso me faz pensar que às vezes, o vazio que os solteiros dizem sentir talvez não seja falta de namorado(a) e sim de um conhecimento mais profundo de Deus.
         John Piper também refletindo sobre Colossenses 1.16 nos propõe essa conclusão dizendo: “Deus é mais glorificado em nós quando nós estamos satisfeitos nele”.
         Creio que essas duas frases já são suficientes para nos fazer refletir sobre o assunto, mas para não ficar apenas em conteúdo extra bíblia, gostaria de pontuar algumas referências bíblicas que podem contribuir para um melhor entendimento de que ficar solteiro não é maldição, castigo, demônio e nem nada do tipo.
         Você está em paz? Em Colossenses 3.15 o apóstolo Paulo diz que a paz de Cristo deve ser o juiz em nossos corações. Se você está em paz solteiro(a), glória a Deus por isso.
         Você tem ciência da soberania de Deus? Em Isaías 55.9 diz que os pensamentos e os caminhos do Senhor são mais altos que os nossos pensamentos e caminhos assim como os céus são mais altos que a terra, ou seja, Ele sabe o que é melhor pra nós mais que nós mesmos e se Ele não te deu oportunidade ou paz para namorar agora, se satisfaça com a Sua vontade.
         Você tem ciência do cuidado de Deus? Em Lucas 12.6 Jesus nos diz que Deus não esquece nem dos passarinhos que são comprados por quase nada. E complementa no versículo 7: “Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados. Não tenham medo; vocês valem mais do que muitos pardais!”
         Diante desses argumentos afirmo que a felicidade não está no namoro, mas no relacionamento com Deus. Mas isso não quer dizer que você tenha que ficar solteiro(a) o resto da vida, afinal, foi Deus quem criou o casamento, por isso incentivo você a manter a sua confiança em Deus, afinal, conforme dito em Romanos 8.32: “Aquele que não poupou a seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas?”. Contextualizando para o nosso assunto de hoje, “não nos dará também um namorado(a)?”. Então, espere no Senhor:
“Sejam fortes e corajosos, todos vocês que esperam no Senhor!” Salmos 31.24
         Que o dia dos namorados seja mais uma data que lhe faça lembrar o cuidado do Senhor na sua vida ao invés de te fazer sofrer, afinal, “nele vivemos, nos movemos e existimos”, e posso dizer também namoramos ou não.
         Que o Senhor abençoe sua vida e que você esteja satisfeito nele seja solteiro ou namorando!

quinta-feira, 4 de junho de 2015

O que eu tenho a ver com isso?

         Não sei se todos sabem, mas sou professor da Escola Bíblica Dominical (EBD) na igreja onde congrego, e no último domingo enquanto lecionava ao lado do meu amigo Jessé, ouvimos de um aluno:
“Não podemos fazer nada! Tudo faz com que os outros se escandalizem”.
         Então, na minha leitura bíblica diária me deparei com o capítulo 14 da carta aos Romanos e achei bem propício o tema sugerido pelo aluno. Afinal, o que eu tenho a ver com isso? O que eu tenho a ver com o que os outros acham que devo ou o que eu posso?
O apóstolo Paulo aborda sobre os fracos e fortes na fé e então dá alguns exemplos:
“Um crê que pode comer de tudo; já outro, cuja fé é fraca, como apenas alimentos vegetais”. Rm 14.3
“Há quem considere um dia mais sagrado que outro; há quem considere iguais todos os dias”. Rm 14.5
         Diante desse cenário, Paulo nos aconselha a não fazer com que os pontos de vista distintos tragam algum tipo de discussão (Rm 14.1), mas ao contrário, os fortes devem aceitar os irmãos fracos na fé.
         Frequentemente tenho sido questionado sobre práticas e costumes e muitas vezes me sinto em uma saia justa temendo dizer algo que o questionador não gostaria de ouvir. Se você gosta de beber seu vinho ou sua cerveja ou se você acha que isso é dar lugar ao diabo, se você não vê mal algum em fazer uma tatuagem ou se você acha que isso é uma ofensa a Deus, quero então mostrar o que diz o apóstolo Paulo no versículo 8:
“Se vivemos, vivemos para o Senhor; e, se morremos, morremos para o Senhor. Assim, quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor”.
         Se aquilo que você ingere ou faz tem esse versículo como princípio, não há problema algum se a sua motivação for pura (Fp 4.8), se Deus está sendo glorificado no que você faz (1 Co 10.31) e se a sua atitude não está corrompendo os princípios bíblicos. O que precisa ficar bem claro é que existem coisas que são inquestionáveis e outras coisas pode ser pecado pra uns e não são para outros, conforme ouvi do Pr Gilberto Araújo: “aquilo que afeta o meu domínio próprio é pecado”.
Continuando na nossa linha de raciocínio, sobre o que eu tenho a ver com o pecado do meu irmão, é preciso lembrar o que está no versículo 13:
“Portanto, deixemos de julgar uns aos outros. Em vez disso, façamos o propósito de não colocar pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão”.
         O que o versículo acima quer dizer é que muitas vezes a nossa liberdade é uma pedra de tropeço para o nosso próximo, ou seja, vai fazer ele pecar. Então, nesse momento devemos considerar que Jesus nos ensinou o amor, e o amor nos faz renunciar a liberdade a fim de que meu irmão não caia em pecado. Ou seja, há momentos em que não vemos problema algum em fazer algo, mas não fazemos porque o nosso irmão pode acabar pecando.
         Então posso dizer que esse negócio de cuidar para que meu irmão não venha pecar fica parecendo o trânsito nos dias de hoje, devo vigiar pra mim e para os outros. Nem Jesus agradou a todos, mas por onde ele passou, ele demonstrou amor, ele fez a parte dele, se foi ouvido ou não, já é algo pessoal.
       O importante é que observemos atentamente a palavra de Deus e então busquemos discernimento do Espírito Santo para nos examinar e definir os nossos limites, pois só assim eliminaremos a dúvida e faremos tudo com fé, porque “tudo o que não provém da fé é pecado” (Rm 14.23).
         Concluo então deixando para reflexão, Romanos 15.7:
“Portanto, aceitem-se uns aos outros, da mesma forma como Cristo o aceitou, a fim de que que vocês glorifiquem a Deus”.
         Que o nome do Senhor seja glorificado em tudo o que fizermos!
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