quinta-feira, 4 de junho de 2015

O que eu tenho a ver com isso?

         Não sei se todos sabem, mas sou professor da Escola Bíblica Dominical (EBD) na igreja onde congrego, e no último domingo enquanto lecionava ao lado do meu amigo Jessé, ouvimos de um aluno:
“Não podemos fazer nada! Tudo faz com que os outros se escandalizem”.
         Então, na minha leitura bíblica diária me deparei com o capítulo 14 da carta aos Romanos e achei bem propício o tema sugerido pelo aluno. Afinal, o que eu tenho a ver com isso? O que eu tenho a ver com o que os outros acham que devo ou o que eu posso?
O apóstolo Paulo aborda sobre os fracos e fortes na fé e então dá alguns exemplos:
“Um crê que pode comer de tudo; já outro, cuja fé é fraca, como apenas alimentos vegetais”. Rm 14.3
“Há quem considere um dia mais sagrado que outro; há quem considere iguais todos os dias”. Rm 14.5
         Diante desse cenário, Paulo nos aconselha a não fazer com que os pontos de vista distintos tragam algum tipo de discussão (Rm 14.1), mas ao contrário, os fortes devem aceitar os irmãos fracos na fé.
         Frequentemente tenho sido questionado sobre práticas e costumes e muitas vezes me sinto em uma saia justa temendo dizer algo que o questionador não gostaria de ouvir. Se você gosta de beber seu vinho ou sua cerveja ou se você acha que isso é dar lugar ao diabo, se você não vê mal algum em fazer uma tatuagem ou se você acha que isso é uma ofensa a Deus, quero então mostrar o que diz o apóstolo Paulo no versículo 8:
“Se vivemos, vivemos para o Senhor; e, se morremos, morremos para o Senhor. Assim, quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor”.
         Se aquilo que você ingere ou faz tem esse versículo como princípio, não há problema algum se a sua motivação for pura (Fp 4.8), se Deus está sendo glorificado no que você faz (1 Co 10.31) e se a sua atitude não está corrompendo os princípios bíblicos. O que precisa ficar bem claro é que existem coisas que são inquestionáveis e outras coisas pode ser pecado pra uns e não são para outros, conforme ouvi do Pr Gilberto Araújo: “aquilo que afeta o meu domínio próprio é pecado”.
Continuando na nossa linha de raciocínio, sobre o que eu tenho a ver com o pecado do meu irmão, é preciso lembrar o que está no versículo 13:
“Portanto, deixemos de julgar uns aos outros. Em vez disso, façamos o propósito de não colocar pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão”.
         O que o versículo acima quer dizer é que muitas vezes a nossa liberdade é uma pedra de tropeço para o nosso próximo, ou seja, vai fazer ele pecar. Então, nesse momento devemos considerar que Jesus nos ensinou o amor, e o amor nos faz renunciar a liberdade a fim de que meu irmão não caia em pecado. Ou seja, há momentos em que não vemos problema algum em fazer algo, mas não fazemos porque o nosso irmão pode acabar pecando.
         Então posso dizer que esse negócio de cuidar para que meu irmão não venha pecar fica parecendo o trânsito nos dias de hoje, devo vigiar pra mim e para os outros. Nem Jesus agradou a todos, mas por onde ele passou, ele demonstrou amor, ele fez a parte dele, se foi ouvido ou não, já é algo pessoal.
       O importante é que observemos atentamente a palavra de Deus e então busquemos discernimento do Espírito Santo para nos examinar e definir os nossos limites, pois só assim eliminaremos a dúvida e faremos tudo com fé, porque “tudo o que não provém da fé é pecado” (Rm 14.23).
         Concluo então deixando para reflexão, Romanos 15.7:
“Portanto, aceitem-se uns aos outros, da mesma forma como Cristo o aceitou, a fim de que que vocês glorifiquem a Deus”.
         Que o nome do Senhor seja glorificado em tudo o que fizermos!
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