terça-feira, 31 de março de 2015

Só uma olhadinha

         O nosso texto de hoje é uma continuidade do que vimos na semana passada. Permita-me fazer uma ilustração:
         No futebol, quando acontece uma falta próxima ao gol, mas fora da área, o juiz marca tiro livre direto. Normalmente, nesse tipo de lance, o time que fez a falta, arma uma barreira como forma de defender o chute. E na barreira há algo interessante, todos os jogadores protegem, normalmente, o órgão genital e o rosto. Dificilmente você verá alguém protegendo o joelho ou o peito, por que? Porque o lógico é proteger o que é sensível, a parte do corpo que não suportaria levar uma forte bolada. Também vale ressaltar que os instrumentos de proteção são os dois braços ou mãos, ou seja, não dá pra proteger mais de duas partes do corpo.
Imagine que as tentações do nosso dia a dia, são bolas chutadas pelo inimigo em nossa direção. Elas podem passar longe, mas podem nos acertar de forma certeira. Então, pra não nos machucarmos, pra continuarmos em campo, devemos proteger o que é sensível em nós, mas o que seria? Poderíamos citar inúmeras áreas sensíveis em nós em relação ao pecado, mas hoje quero destacar duas, os olhos e a língua.
         Se formos negligentes no cuidado dos olhos e da língua podemos ter sérios problemas. Mas como já falamos sobre a língua na semana passada, quero abordar hoje o poder dos olhos começando dizendo que tudo começa com uma olhadinha básica.
Os olhos certamente são os maiores responsáveis pelas nossas tentações. Jesus, por pelo menos duas vezes, nos exorta quanto ao cuidado dos olhos, dizendo que é possível adulterar através do olhar (Mt 5.28) e também dizendo que os olhos são a lâmpada do corpo (Mt 6.22-23), ou seja, os responsáveis em iluminar todo o corpo. Nos dois textos Jesus aborda que os olhos podem comprometer todo o corpo, e sabemos que não só o nosso corpo, como também os nossos relacionamentos, além, claro, a vida espiritual. Davi, por exemplo, antes de consumar o adultério, deu uma simples olhada em uma mulher tomando banho (2 Sm 11.2). Podemos voltar ainda mais no tempo, lá no início, em Gênesis 3.6 que diz que Eva viu que a árvore parecia agradável ao paladar.
         Portanto, podemos ser tentados através dos olhos não só na área sexual, mas também pelo consumismo (1 Jo 2.16), pela gula (Gl 5.21), dentre outras coisas. O que não faltam são propostas e oportunidades para isso. Na carta de Tiago, no capítulo 1, versículos 14 ao 16 diz que a tentação é fruto do desejo, e o pecado é a consumação do mesmo, ou seja, antes do pecado, vem a tentação, e antes da tentação vem o desejo. E como é que desejamos algo? Muitas das vezes, ou na maioria delas, através dos olhos. E hoje, por todos os lados, em casa e na rua, online e offline, podemos ver aquilo que desperta desejo. Por isso precisamos ter cuidado, precisamos proteger os nossos olhos do mal. E como faremos isso?
         Paulo, em sua carta a Timóteo, no capítulo 2, versículo 22, nos dá um conselho: “Foge dos desejos malignos da juventude”. Mas, às vezes não tem como fugir, parece que esses desejos vem ao nosso encontro, não é mesmo? Então, diante de tantas propostas malignas precisamos de ajuda. E quem poderá nos ajudar? O versículo abaixo pode responder essa pergunta.
 “Em qualquer lugar da terra, quem quiser ser salvo tem de olhar para Mim, porque Eu sou Deus e não há outro”. Isaías 45.22 (Viva)
         Não conseguiremos resistir ou vencer as tentações com as nossas próprias forças, se conseguíssemos, na oração do ‘Pai Nosso’ Jesus não teria dito: “Não nos deixeis cair em tentação”. Mas se Ele disse, é porque precisamos de ajuda, é porque só o Senhor é quem pode nos ajudar. Por isso devemos olhar pra Ele. E como faremos isso? Olhando para o céu? Não exatamente, mas nos dirigindo a Ele através da oração e da leitura da palavra.
         Em Mateus 4 e também em Lucas 4, temos o relato de quando Jesus foi tentado, vejam, o inimigo teve coragem de tentar Jesus, o que ele não tentará contra nós? Sigamos então o exemplo de Jesus Cristo e vençamos as tentações através da palavra, através do alimento espiritual que só teremos a partir do momento que olharmos pra Deus.

         Que possamos fixar os nossos olhos em Deus, pois só assim protegeremos todo o nosso corpo das trevas!

segunda-feira, 23 de março de 2015

Verdade ou Consequência

Você já brincou de verdade ou consequência? Aquele joguinho da garrafa um tanto ‘bobo’ que crianças e adolescentes utilizam para descobrir segredos e principalmente ‘fazer arte’. Não quero falar desse jogo, mas fazendo referência a ele, falar da verdade ou da falta dela, algo que pode nos trazer sérias consequências.
Tiago em sua carta fala sobre o poder da língua, dizendo que apesar dela ser um pequeno órgão, ela pode fazer um grande estrago. Ele ilustra através dos cavalos que possuem freios na boca e dos navios que são dirigidos por um leme muito pequeno. Nos dias de hoje poderíamos citar os veículos terrestres (carros, caminhões, carretas), que são guiados por um volante, muito pequeno, levando em consideração o tamanho do veículo.
         Tiago diz no versículo 2 que o homem que não tropeça no falar é perfeito. Veja o que diz também Provérbios 18.21:
“A língua tem poder sobre a vida e sobre a morte; os que gostam de usá-la comerão do seu fruto”. Provérbios 18.21
         Trata-se da lei da semeadura, quem semeia com a mentira, colherá frutos amargos, mas quem semeia com a mais pura verdade, colherá doces e deliciosos frutos.
         Muita gente costuma dizer: “Todo mundo mente. E uma mentirinha de vez em quando não faz mal”. O que será que Jesus pensa sobre isso? Para responder isso, vejamos João 8.44:
“Vocês pertencem ao pai de vocês, o diabo, e querem realizar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira”.
Jesus está dizendo que os mentirosos tem um pai, o diabo. Duro isso, não é mesmo? Mais duro ainda fica quando lemos o contexto, o capítulo todo, porque não diz que os fariseus mentiram pra Jesus, mas sim que eles se opuseram a Ele, ou seja, se opuseram à verdade. Aí vemos que viver na mentira muitas vezes não se trata apenas de palavras, mas também de atitudes opostas à verdade, desobediência aos princípios bíblicos.
       Em Atos 5 temos também a história de Ananias e Safira, um casal que sofreu uma grave consequência por mentir. Resumindo a história, em Atos 2, diz que os cristãos da igreja primitiva, vendiam suas propriedades e repartiam com os pobres. Alguns, preferiam vender e colocar o dinheiro aos pés dos apóstolos. Era como se eles dissessem: "vocês farão melhor uso do meu dinheiro do que eu", então esse dinheiro era repartido aos pobres pelos apóstolos. Ananias e Safira venderam uma propriedade e então, na hora de levar o dinheiro para os apóstolos, eles esconderam uma parte, dizendo que tinham vendido a propriedade por um valor inferior. Vemos aí que eles não estavam fazendo aquilo de coração, mas porque todo mundo estava fazendo.
         Alguns dias atrás, um amigo me mandou uma frase no whatsapp que diz: “O errado é errado mesmo que todo mundo esteja fazendo e o certo é certo desde que ninguém esteja fazendo”. Muitas vezes não refletimos sobre o que estamos fazendo e por isso podemos fazer o errado pensando que estamos fazendo o certo. Ananias e Safira quase fizeram o certo, porque todo mundo estava fazendo, porém, como eles não entendiam o que estavam fazendo ao certo, pensaram que uma mentirinha não daria em nada. E não foi o que aconteceu.
         Pedro disse a Ananias: “Você não mentiu aos homens, mas sim a Deus”. E na mesma hora o Ananias morreu. O mesmo aconteceu com sua esposa Safira.
         Isso nos faz refletir que, todas as vezes que mentimos, além de mentir pra alguém e pra nós mesmos, estamos mentindo pra Deus. Portanto, vivamos na verdade, não por medo de morrer ou de machucar, mas porque por causa do sacrifício de Jesus fomos feitos filhos de Deus, então vivamos como filhos de Deus.
Todos os dias somos tentados a viver na mentira, a falar mentiras, para os outros, para nós mesmos, para Deus. Mas que, possamos perseverar na palavra de Deus, pois foi Jesus mesmo quem outrora intercedeu por nós dizendo:
“Santifica-os na tua verdade, a tua palavra é a verdade”. João 17.17

         Que possamos desfrutar das doces consequências que só a verdade pode nos dar.

segunda-feira, 16 de março de 2015

A oração muda alguma coisa?

 
          A oração muda alguma coisa?
Teríamos muitos argumentos pra responder essa pergunta. Mas como esse espaço é pra pequenos textos, deixo como uma sugestão o livro de Robert Charles Sproul chamado ‘A oração muda as coisas?’ que pode ser baixado gratuitamente no site da fiel no link: R. C. Sproul - A Oração muda as coisas
 Um fato curioso e que nos faz ter certeza de que devemos ter uma vida de oração, é saber que Jesus enquanto esteve na terra orava. Inclusive, temos uma de suas orações mais famosas, a oração sacerdotal, registrada em João 17, que logo no início, no versículo 1 diz:
“Depois de dizer isso, Jesus olhou para o céu e orou...” Jo 17.1
         Também em Marcos 1, vemos que oração não era algo que Jesus fazia de vez em quando, ou quando dava, porque, em um dia que ele sabia que seria cheio, ele então se levanta de madrugada para orar conforme relata o versículo 35:
 “De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus levantou-se, saiu de casa e foi para um lugar deserto, onde ficou orando”. Mc 1.35
         Mas saber que Jesus orava, ainda não responde uma grande dúvida: A oração muda alguma coisa?
Essa dúvida assombra muita gente. A oração pode mudar Deus? Não, Ele é imutável. Mas ela pode mudar uma circunstância? Sim, claro. A palavra de Deus nos dá um exemplo no livro de Jonas, quando os ninivitas foram livres da destruição. Veja:
 “Deus viu que eles fizeram e como abandonaram os seus maus caminhos. Então Deus se arrependeu e não os destruiu como tinha ameaçado.” Jn 3.10
         A palavra arrependeu utilizada no versículo acima em hebraico é nacbam, que significa confortado ou tranquilizado. Talvez você não saiba, mas eu trabalho na área de TI (Tecnologia da Informação), e no desenvolvimento de sistemas, temos um recurso chamado estrutura condicional, que funciona assim: Se o usuário clicar aqui o programa vai fazer isso, mas se ele não clicar, não vai acontecer nada. Os planos de Deus pra nós também possuem estruturas condicionais. Veja o versículo a seguir:
“se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei sua terra”. 2 Cr 7.14
         Deus está dizendo, se o povo orar, eles serão sarados, mas se eles não orarem, eles permanecem enfermos. Então meu querido leitor(a), convido você à aceitar o ‘se’ de Deus na sua vida, e então viver uma mudança no seu caminho, na sua vida, uma intervenção divina.

         Que possamos estar ligados a Deus através da oração, afinal, ela não só pode como vai mudar as nossas vidas de uma forma que só experimentando pra saber.
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