sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Churrasco, pescaria ou pamonhada

         Cresci em uma família na qual pamonhada é sinônimo de festa, mesmo considerando o trabalho de descascar, ‘catar’ e ralar o milho, além de temperar a massa e cozinhar a pamonha. Em muitas pamonhadas promovidas ainda tivemos o trabalho de plantar e colher, e ainda o ter que carregar os sacos com milhos em um percurso não tão curto e cheio de obstáculos. Mas sabe de uma coisa? É bem legal. O trabalho é compensado pelo produto final e principalmente pelo momento de comunhão. Tenho saudades do tempo em que essas reuniões eram mais frequentes.
Outra coisa muito comum entre família e amigos é a reunião para se fazer um churrasco. Às vezes comemorando alguma coisa, às vezes para descontrair, enfim, uma carne assada sempre cai bem, não é mesmo?
Existem ainda as pessoas mais animadas, não é o meu caso, que saem para pescar durante dias e para isso viajam por horas, muitas vezes em estradas em péssimas condições.
Talvez você esteja tentando saber onde quero chegar com esse assunto ou cardápio, então lá vai. O objetivo desse texto é falar sobre comunhão, união entre os irmãos. O Salmo 133 fala um pouco sobre a vontade de Deus para a Sua família. Vejamos:
“Como é bom e agradável quando os irmãos convivem em união!”. Salmos 133.1
O adjetivo ‘bom’ na Bíblia precisa ser observado com atenção. Quando a Bíblia fala que alguma coisa é boa não se trata de uma opinião mutável do homem, mas da opinião imutável de Deus, ou seja, se Aquele que sabe de tudo está dizendo que uma coisa é boa, não há mais discussão. E ele não diz que a união não é só boa, mas também agradável. Se não bastasse os adjetivos bom e agradável, Davi, o autor do Salmo, nos aproxima ainda mais da realidade, nos mostrando o nível de satisfação do Senhor através de ilustrações nos versículos seguintes:
“É como óleo precioso derramado sobre a cabeça, que desce pela barba, a barba de Arão, até a gola das suas vestes”. Salmos 133.2
O óleo precioso utilizado para ungir reis e sumo sacerdotes, como foi o caso de Arão, era um óleo que não poderia ser fabricado para uso pessoal e muito menos comercializá-lo, pois simbolizava a unção do Espírito Santo. Quando Deus ungiu Arão, Ele estava separando, consagrando Arão para um relacionamento mais profundo com Ele através do Espírito Santo. Portanto, Davi está dizendo que a união entre os irmãos, a comunhão é tão preciosa quanto à separação de alguém ao ministério.
“É como o orvalho do Hermom quando desce sobre os montes de Sião. Ali o Senhor concede a bênção da vida para sempre”. Salmos 133.3
Não sei se você sabe, mas o monte Hermom e os montes de Sião ficam nas extremidades norte e sul respectivamente. Como então o orvalho desce do Hermom sobre os montes de Sião? São 190 km de distância.
O que acontece é que o monte Hermom conhecido também como sagrado possui o cume sempre coberto de neve. No verão, que vai de Abril a Outubro, o vento norte sopra fazendo o orvalho descer o monte e formar um ribeirão chamado Banías, esse deságua no Rio Jordão e desce até os montes de Sião. Sabemos que a água é uma riqueza, pois abençoa vidas por onde passa, assim é o orvalho do Hermom. Da mesma forma a convivência em comunhão, união gera vida, cura, alimenta, sacia a nossa sede. A união entre os irmãos é uma grande riqueza direcionada por Deus.
Concluo reforçando que o Salmo 133 aborda que a comunhão, a união entre os irmãos é a vontade de Deus para nós, boa e agradável. Portanto, que hajam mais pamonhadas, churrascos e pescarias e menos refeições a sós, pois as reuniões entre os irmãos são uma forma de Deus se fazer presente em nossas vidas.
Que Deus lhe abençoe e que vivamos sempre em união! Afinal, podemos ser ou pensar de forma diferente, mas somos filhos do mesmo Pai.
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